19.12.07

código FLORESTAL vai detonar com nossas florestas

Esta foto, que não precisa de legenda, é de Daniel Cukier
O texto abaixo é a reprodução do que foi escrito pelo Greenpeace sobre a mudança em nosso código florestal. Ruralistas e deputados no mínimo ruralistas também, aprovaram aberrações para destruir ainda mais nossas florestas. Como diz o slogan da SOS Mata Atlântica, ESTÃO (MESMO) TIRANDO O VERDE DA NOSSA TERRA. Isso tudo é bem triste e preocupante para mim, para você, para a biodiversidade, para o Brasil, para o planeta, para o clima global...
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Código Florestal: Comissão de Agricultura aprova pacote “Floresta Zero”
Brasília (DF), 19 de novembro de 2007 – A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados acaba de aprovar proposta de alterações no Código Florestal brasileiro defendida pelo deputado Homero Pereira (PR-MT), presidente licenciado da Federação de Agricultura do Mato Grosso (Famato-MT) e relator do projeto. Pereira é fiel aliado do governador Blairo Maggi, rei da soja e notório defensor do Pacto Desmatamento Zero. A proposta aprovada também reforça a intenção da bancada ruralista de reduzir a Reserva Legal – fundamental para a manutenção da biodiversidade – de 80% para 50% na Amazônia, além de permitir a soma das áreas de preservação permanente (APP) e da Reserva Legal. Em alguns casos, isso significa, na prática, uma redução da Reserva Legal para até menos de 50%.

O Greenpeace se reuniu hoje pela manhã com o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Marcos Monte (DEM-MG), e com o deputado Homero Pereira, reforçando o pedido para que a proposta não fosse votada às pressas, na última sessão do ano, a uma semana do Natal. No entanto, os parlamentares ignoraram o pedido, aproveitando o apagar das luzes para aprovar uma proposta feita por encomenda pela bancada ruralista.

O texto aprovado permite que os proprietários que destruíram sua Reserva Legal fiquem desobrigados de recuperar o dano ambiental causado dentro da região em que ele ocorreu, permitindo que a chamada “compensação” possa ser feita em qualquer região do País – ou seja, a proposta incentiva a criação de áreas inteiras livres de floresta. Ela autoriza que a recuperação da cobertura florestal seja feita com monoculturas (dendê e outras palmáceas produtoras de óleo, além de eucalipto e outras espécies exóticas) em 30% da área ilegalmente desmatada. O texto flexibiliza ainda a chamada “compensação florestal”, permitindo que áreas desmatadas nos vários biomas brasileiros, como a Mata Atlântica e o Cerrado, possam ser usadas sem maiores entraves.

“O deputado Homero Pereira, como bom defensor dos interesses ruralistas e dos biocombustíveis, conseguiu piorar o que já estava muito ruim”, disse Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace. “No momento em que vários países reunidos em Bali, particularmente o Brasil, demonstraram seu compromisso com as florestas como contribuição ao combate ao aquecimento global, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados faz o movimento inverso, dando um presente de Natal de grego para os brasileiros e sinalizando a verdadeira disposição do agronegócio no Brasil: a de acabar com as florestas do País”.

O texto aprovado também sugere uma anistia a todas as multas de proprietários rurais que não tenham cumprido com as exigências do Código Florestal, como manter a averbação da Reserva Legal no registro de imóveis, em troca do cadastro das propriedades.

Para o Greenpeace, as mudanças ao Código Florestal aprovadas hoje pela Comissão de Agricultura representam uma séria ameaça às florestas brasileiras e ao equilíbrio climático global. “Ao aprovar essa proposta, a Comissão de Agricultura demonstra que está comprometida apenas em manter o lucro do agronegócio. Em 2007, o setor registrou ganhos da ordem de R$ 60 bilhões. “O agronegócio brasileiro nunca ganhou tanto dinheiro e, mesmo assim, continua demonstrando insensibilidade com o futuro do Brasil e do nosso planeta”.

O texto segue agora para discussão na Comissão de Meio Ambiente.

Confira os defeitos, ponto a ponto, da proposta de alteração do Código Florestal, de acordo com a avaliação de entidades ambientalistas como ISA, Greenpeace, CTA e Rede Cerrado:
http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/confira-ponto-a-ponto-os-def

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Save the planet!

19.11.07

novos nós pela multiplicação das boas intenções!

Neste momento eu escrevo a você ouvindo o hino nacional com o canto do Capitão do Mato de fundo. Este pássaro, que habita as terras da imensa Amazônia, tem um canto simplesmente maravilhoso, quase hipnotizante. Achei essa versão da nossa música oficial no site do manifesto Amazônia Para Sempre, organizado pelos atores Victor Fasano e Christiane Torloni.

Eles foram filmar na floresta, se encantaram, foram tocados por ela e saíram de lá dispostos a "fazer alguma coisa". E esse "fazer alguma coisa" é tão inspirador que movimenta pessoas nas mais variadas direções em benefício de uma única estrada, um único caminho, que é a preservação de um dos maiores patrimônios da humanidade.

Tem gente que precisa ir até lá para sentir. Tem gente que sente sem ir.

Fico muito feliz quando vejo que não estou sozinha, que não estamos. Eu tenho esse blog, minhas colunas na revista Ragga, faço minhas reportagens por aí. Eles são atores, estão usando a imagem para algo muito produtivo para a sociedade. Você está lendo isso aqui, outro faz mais coisas acolá...e assim vamos levando.

A luta pela Amazônia parece uma luta muda quando se percebe que o poder do Estado se resume à ausência de governança. De vez em quando alguém levanta uma bandeira a favor da floresta, mas o desmatamento continua aumentando, os grileiros atuando etc. Porém, meus caros, não nos deixemos enganar...a luta parece muda, mas ela não é. Tem voz que é capaz de ecoar até onde nem imaginamos. A floresta tem voz. Além da própria, manifestada pelo barulho de suas cachoeiras, do ploft quando a chuva toca as folhas das árvores, do ar soprando zummmmm e do lindo canto de milhares de pássaros, a Amazônia ainda conta com o canto de uma sub-espécie de Capitães do Mato, nós mesmos, quando decidimos que não queremos assistir à sua destruição na mais completa e mórbida passividade.

Fico feliz em ver gente lutando, fico feliz quando me lembro da profecia daquela sábia senhora nativa americana quando disse que chegaria o tempo dos guerreiros do arco-íris que renasceriam na Terra para defendê-la de pessoas como nós mesmos. Falando nisso, muito me alegro em dizer aqui que o Greenpeace, que trabalha pelo verde de forma pacífica (green+peace), finalmente conseguiu uma árvore derrubada dentro de uma área onde houve queimada ilegal para dar início à exposição que vai rodar o Brasil. Depois de cruzar o país - saíram do Amazonas -, seus guerreiros vão levar a destruição da Amazônia para quem não vai até lá ver a coisa de perto, seja por falta de querer ou de oportunidade.

Vai doer, uma linda árvore morta descaradamente por falta da tal governança dá vergonha e dói de ver, mas por outro lado causa o chacoalhão necessário para o despertar. Essa árvore morreu? Não. Ela continuará viva na memória e no coração de quem a vir, porque há de inspirar muitos corações a tornarem-se novos fasanos, novas torlonis, novos capitães, novos guerreiros, novos eu e você.

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Amazônia para Sempre: assine o manifesto, vamos pressionar o governo.
Greenpeace: Rio e Sampa, logo mais. No site, faça parte também de outro manifesto.

Save the planet!

24.10.07

pega fogo aldeia dos enawene-nawe

Uma faísca foi parar na palha seca. Bastou para que, em 15 minutos, as 12 casas da aldeia dos Enawene-nawe pegassem fogo e desaparecessem. Perderam tudo: a casa, a comida, os utensílios de cozinha, os colares, cocares, redes que tinham para dormir. Em fatídicos 15 minutos, 500 pessoas ficaram sem abrigo e passaram a dormir ao relento com suas crianças.

No momento do incêndio, que aconteceu há uma semana, Juliana, uma amiga da Opan (Operação Amazônia Nativa), estava por lá e me contou detalhes por telefone, da cidade de Brasnorte (MT), assim que chegou da aldeia. "Foi impressionante e tudo queimou muito rápido. Eles ficaram tristes, é claro!". Quando perguntei como estavam encarando esta tragédia, ela me respondeu: "Eles enxergam tudo com os olhos da simplicidade, não complicam como a gente. Pra eles pegou fogo. Se o fogo queimou tudo - dizem -, vamos trabalhar de novo e reconstruir". Que lição...

A Opan está dando a maior força para eles, como sempre. Por isso, disponibilizou a conta corrente para quem quiser ajudar. Eles vão receber o que for doado e comprar panelas, utensílios, comida, redes e combustível para os Enawene (eles usam rabetas para subir e descer quilômetros de rio).

Para quem não se lembra, em agosto noticiei aqui - e a imprensa de todo o país falou disso também - que o Greenpeace e a imprensa francesa foram expulsos da cidade de Juína (MT) por fazendeiros quando tentavam visitar, justamente, a tribo dos Enawene.

Na ocasião, os Enawene sofreram ameaças destes mesmos donos de terras porque suas fazendas estão em território considerado sagrado pela tribo. Disputam a terra na justiça. Há um conflito territorial. Como se não bastasse, a aldeia deles pegou fogo por causa de uma fagulha na palha seca. Neste momento, enquanto você lê esta notícia, eles estão dando duro para reconstruir tudo de novo.

Vamos ajudar?


HSBC Bank Brasil S.A.
Agência: 0233
Conta Corrente: 13003 93
Código SWIFT:. BCBBBRPR

Em nome de:

OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA - OPAN
CNPJ: 93.017.325/0001-68


Save the planet!

17.10.07

governo federal apóia madeireiros. xô greenpeace?!

Desde ontem (16), oito ativistas do Greenpeace estão cercados por 300 madeireiros no município de Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará. Com a autorização do Ibama, a organização retirou uma castanheira queimada dentro de uma área pública. Atenção, pois temos aí dois flagrantes de ilegalidade. Por lei federal, é proibido derrubar ou queimar castanheiras no Brasil, assim como desmatar em terra pública. A árvore seria levada para São Paulo e Rio de Janeiro como parte da exposição itinerante "Aquecimento Global: Apague essa Idéia", com o objetivo de mostrar de perto às pessoas a destruição da floresta.
Ao desconfiar da ação, madeireiros rapidamente se organizaram e cercaram o caminhão. Por medida de segurança, a equipe se refugiou dentro da base do Ibama. Do lado de fora, centenas de pessoas exaltadas aguardavam e vociferavam ameaças munidos de oito caminhões, 10 caminhonetes e mais de 15 motos.
Diante da situação, no início da noite, o tenente-coronel Dovanin Ferraz Camargo Jr., de Itaituba, informou que não permitiria a permanência do grupo na base do Ibama durante a noite para garantir a segurança do local. Para o sr. Dovanin, quem representa perigo à sociedade são os ativistas do Greenpeace.
Como se não bastasse, hoje pela manhã Basileu Margarido, presidente do Ibama, revogou a decisão que havia dado e afirmou que a árvore não poderá mais ser retirada da cidade. Ou seja, voltou atrás da própria decisão. O governo federal cedeu à pressão dos madeireiros. Em nome do que? De quem? Por que?
Todos os dias, centenas de árvores da floresta amazônica são retiradas na cara do Ibama e do governo federal. Cerca de 90% do desmatamento nesta região é ilegal. Agora, quando o Greenpeace resolve fazer, dentro da lei, a retirada de uma única árvore com a finalidade educativa de instruir a sociedade sobre a destruição da Amazônia, floresta importante para a humanidade, além de sofrer ameaças, ainda assiste a revogação de um direito que possuía legalmente, para a alegria dos madeireiros.
Falando em alegria, neste momento a tora da castanheira está em poder dos madeireiros em plena praça pública, onde exigem de dois ativistas um pedido de perdão. Perdão por que? O que o Greenpeace fez errado?
Agir de forma ilegal é muito mais fácil neste país. Agir dentro da lei que é complicado. Alguma coisa está fora da ordem. Onde vamos parar?
Save the planet!

5.10.07

enquanto a fiscalização não vem a mata se vai

Foto da RDS, tirada pelo Zeca
Fiz uma matéria para O Eco sobre a falta de fiscalização na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, no Amazonas. Assim como acontece em outras unidades de conservação, familias endinheiradas e políticos entram lá de preferência em feriados prolongados e praticam a chamada caça esportiva. A prática é, óbvio, completamente ilegal.
O Ipaam, órgão responsável pela fiscalização, nunca autuou ninguém. Isso acontece há 30 anos e ainda não deu tempo de pegar ninguém em flagrante, olha só que coisa. Mais 30 anos de atraso e a Amazônia vira savana.
O Ipaam tem 9 pessoas (!!!!!!!!!!) para fiscalizar 62 cidades do Estado do Amazonas inteiro.
Enquanto isso, o Lula viaja o mundo, investe em usina nuclear, o Renan é absolvido, os ministros do STF passam receber 25 mil reais de salário...
QUE VERGONHAAAAA!!!!!!
Bom...
Eis a matéria, meus caros.
Save the planet!

pequim está em cuiabá ou cuiabá está em pequim?


Em Cuiabá (MT), o ar é seco, raspa na garganta. O calor te possui aos poucos, você não acha que está derretendo porque a umidade do ar é ínfima. Por isso, não vê sinal de suor. Estufa. Estufa sufocante. Sede. Olha, leitor, é uma luta. E nem te conto que grande parte da resposta para este fato está nos desmatamentos que já queimaram boa parte do Mato Grosso.

Andreia Fanzeres, repórter do site O Eco e autora da foto aí de cima, descreve como é respirar em Cuiabá.
"Há pelo menos duas semanas não faz sol em Cuiabá, onde a fumaça das queimadas esconde o céu, os prédios da cidade, deixa olhos ardidos e cabelos fedorentos. A umidade do ar extremamente baixa, que beirou os 12% no início de setembro, o calorão de quase 40 graus e a ausência de chuvas continuam sendo perigosos elementos que a qualquer momento podem criar novos focos de incêndio". **
A gente fala, fala, fala da China, mas uma parte bem parecida da poluída e caótica Pequim está aqui, no país tropical abençoado por Deus, bonito por natureza e...
detonado por homens. Parabéns aos assassinos de nosso o2.
Save the planet!

24.9.07

falar "500 anos atrás" me parece tão atual!

O que acontecia no Brasil há séculos é mais atual do que imaginamos. Em um dos países que mais se desenvolvem no mundo, tribos indígenas inteiras ainda são massacradas sem que nada seja feito. Tão absurdo quanto o genocídio de pessoas inocentes movido por motivos torpes como grana e poder, é saber que no Brasil, país do biocombustível, do samba e do futebol, ainda existe escravidão, apesar da abolição da escravatura assinada pela princesa Isabel em 1888.
E mais de um século depois, entre 2003 e 2006, a Amazônia registra 85% do trabalho escravo existente no país, sem contar os casos que nem foram catalogados. E escravidão não significa apenas a não-liberdade, mas a morte gradual, aos poucos, torturante, humilhante. Patrões impiedosos e com ganância até o talo iludem pessoas de diversas regiões do país com a promessa de trabalho e boa remuneração na Amazônia. Providenciam a chegada até suas fazendas e a verdade aparece.
Alojados em barracos de lonas, os trabalhadores não contam com infra-estrutura para higiene pessoal, nem com alimentação adequada e água potável, mas podem dispor à vontade de boas ameaças físicas e psicológicas. E endividamento, porque se precisarem de medicamentos ou se quiserem comer um pãozinho com feijão e farofa vão ter que comprá-los a preços de união européia na vendinha do patrão.
Falando nisso, o Ministério do Trabalho e Emprego informou, na sexta-feira, que as operações de fiscalização de denúncia de trabalho escravo foram interrompidas por tempo indeterminado. Clicando aqui, você lê a matéria completa. Que palhaçada é essa?
Deveríamos rever nossos conceitos sobre a palavra DESENVOLVIMENTO.

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Já que falamos em indígenas, uma última novidade: semana passada, Avelino Nunes Macedo, um índio de 25 anos da aldeia Xacriabá, de Miravânia (MG), foi espancado até a morte por três moleques embriagados de classe média, dois deles menores de idade, apenas porque esbarrou em um deles dentro de uma festa.

A justiça promete apurar os fatos. Vale lembrar que, em 20 de abril de 97, um indígena Pataxó foi queimado vivo por cinco filhinhos de papai em Brasília e que, em 2004, a justiça - ela de novo! -concedeu ao bando a tão requerida liberdade condicional.
Eles não são considerados, portanto, uma ameaça à sociedade! Espero que o mesmo não aconteça com os assassinos de Avelino.
Brasil, Brasil...
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Save the planet!

e é por isso que eu amo esses caras!

geleira Aletsch, Alpes Suíços, final de agosto
(crédito: Spencer Tunick)
Frase dos caras para essa campanha:
"Ativistas vestindo nada para políticos que não fazem nada: parem com o aquecimento global agora!"
Bacana, falou tudo. E mostrou tudo também. É isso aí!
Save the planet!

energia nuclear: voto contra!


Mãos deformadas, resultado de acidente nuclear brasileiro ocorrido em Goiânia com o Césio 137, dez anos atrás. Mais de 6 mil pessoas foram atingidas pela radiação. Este garoto é uma delas. Poderia ser eu. Poderia ser você.
(crédito: Greenpeace)
Nosso queridíssimo presidente da república resolveu levar adiante a continuidade da construção da usina nuclear de Angra 3, que vai custar R$ 7 bilhões. O dinheiro do governo vem do nosso bolso e ninguém me perguntou se estou afim de bancar mais essa. Eu não quero que meus impostos parem em cuecas, no bolso no Renan, nas mil viagens presidenciais e quanto mais em usina nuclear!
Energia nuclear MATA.
Você é contra? Eu também sou. Vamos protestar? Vamos fazer a nossa parte? Então clica aqui: Greenpeace e SOS Mata Atlântica. Vamos travar o servidor do planalto.
Save the planet!

incra loves madeireiras que destroem a amazônia

Uma investigação do Greenpeace lançada recentemente mostra que, para aumentar os números da reforma agrária, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) se aliou a associações de assentados e madeireiras. O resultado desta união? Foram criados assentamentos no Pará em região de floresta primária onde historicamente nunca houve presença humana e onde condições de sobrevivência são bem complicadas, pois os locais são de difícil acesso e muitas vezes não contam nem com água por perto. Em troca da madeira, as empresas madeireiras se comprometeram em oferecer escola, igreja e saneamento às famílias - essa responsabilidade deveria ser do Incra.
Nessa aliança suja, quem sai perdendo são as famílias sem-terra. Quem sai ganhando é o Incra, que beeeeeeeem supostamente atinge metas de reforma agrária e os madeireiros, que eeeeeeenchem o bolso ainda mais.
Até agora, a única providência tomada foi o cancelamento de 99 assentamentos irregulares por pedido do Ministério Público Federal em Altamira e Santarém. Ótimo, já é alguma coisa. Enquanto isso, Incra e madeireiros continuam numa boa esperando a pizza chegar.
Save the planet!

13.9.07

"following the vision..."

"Seguindo o caminho". Essa frase ouço bastante de Tim Kovar, um cara de 37 anos, americano, professor de escalada em árvores. Ele não ensina apenas a técnica. Mais do que isso, diz a seus alunos: "tenham raízes, transformem-se em árvores, vejam o mundo de uma perspectiva diferente!".
Ele tem como missão "to touch one more person each day" (tocar mais uma pessoa a cada dia), ou seja, trabalhar para despertar, em todo mundo que ele encontra pela frente, o sentimento de integração, amor e respeito que devemos ter pela Mãe Terra. Seus alunos aprendem a subir em árvores e voltam para casa carregados de reflexões e filosofias.
Tim mora nos Estados Unidos, está vindo para a Amazônia e seguirá viajando o mundo atrás de pessoas e árvores. Precisa seguir adiante. Formar novos professores. Despertar mais consciências. Não importa se com a ajuda de lindas sequóias ou castanheiras.
Para conhecer melhor o trabalho dele, clique aqui.
Save the planet!

26.8.07

pela paz

Preciso dizer mais algumas coisas sobre o que se passou em Juína, no norte do Mato Grosso. Vamos entender melhor essa questão. Os fazendeiros estão irados porque compraram aquelas terras na década de 70 graças aos incentivos fiscais do governo e, agora, não querem perder tudo o que construíram para uma reserva indígena. Por sua vez, o mesmo território é palco dos antepassados dos Enawene Nawe há centenas de anos. As cebeceiras dos rios ficaram de fora da demarcação, mas os indígenas precisam daquelas águas porque nelas há peixe, animal fundamental em rituais que acontecem desde sempre, além de ser essencial à sobrevivência desta etnia, uma vez que os Enawene não comem carne vermelha.

De um lado vemos proprietários, a maioria do sul do país, que não querem se desfazer de suas fazendas. De outro, um povo que habita a mesma terra há milhares de anos correndo o risco de perder o que tem de mais sagrado: a própria vida, o alimento, os rituais espirituais. A questão, como se vê, é deveras complicada.

Dá para entender a necessidade destes indígenas e o descontentamento dos fazendeiros. Alguns afirmam que, se o governo comprar as terras de volta, tudo bem. Eles vendem e vão para outro lugar. Outros, porém - uma grande parte, diga-se -, não querem negociar e partem para o embate sem considerar uma opção mais pacífica para solucionar o problema. Será que não dá para resolver de outra maneira? Dá...é só querer. O que não pode continuar acontecendo foi o que se viu nos fatídicos primeiros dias da semana passada.

Além disso, não podemos nos esquecer da questão "direito de ir e vir" e "liberdade de expressão". A imprensa, expulsa da cidade junto de ativistas do Greenpeace e indigenistas da Opan, tem o direito e o dever de buscar e transmitir informação. No entanto, foi proibida e, naqueles instantes, o que se viu foi uma volta no tempo, à época da ditadura militar, em que só se publicava o que era permitido. Agressões e ameaças são absolutamente ineficazes para solucionar qualquer problema, seja ele qual for.

Então, em nome da tão sonhada paz, desejo que todos se entendam. Que a imprensa possa fazer o seu trabalho com tranquilidade. Que os fazendeiros aguardem a decisão judicial sem o uso da violência, em nenhuma hipótese, nem contra os indígenas, nem contra a Opan, que trabalha com os Enawene Nawe. Que a justiça resolva esta situação da forma mais justa possível. Que fazendeiros, indígenas e Opan estabeleçam, após o episódio, uma relação mais positiva. Que estes conflitos levem ao diálogo pacífico. Que a paz reine em Juína. Estou desejando demais?
Save the planet!

24.8.07

quem faz o bem é sempre ameaçado. mas...

Paulo Adario e Atainaene - escoltados por PMs

A pergunta que me faço quando o que você vai ler agora acontece é: que raio de país é esse??? Por que quem aparece neste planeta para fazer o bem e defendê-lo sempre é perseguido, maltratado, escorraçado, assassinado?

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Ativistas do Greenpeace, Opan e jornalistas são expulsos de Juína, no Mato Grosso, sob ameaças de fazendeiros

No início da semana, um grupo de pelo menos 100 fazendeiros se uniram em Juína, no norte do Mato Grosso, para expulsar da cidade ativistas do Greenpeace, membros da Opan (Operação Amazônia Nativa) e dois jornalistas franceses que queriam documentar áreas recém-desmatadas e mostrar a relação do povo indígena Enawene Nawe com a agricultura, a pesca, a floresta e seu papel em preservar a biodiversidade. Entre os ambientalistas estava o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adario. A Opan foi convidada para acompanhar a equipe até o local.

O conflito existe porque os indígenas reivindicam uma área pertencente aos fazendeiros e que ficou de fora da demarcação. A região, conhecida como gleba Rio Preto, é fundamental para a realização de rituais sagrados de pesca e para a própria sobrevivência dos Enawene, uma vez que eles não se alimentam de nenhum tipo de carne vermelha, apenas de peixes e de algumas espécies de aves.

A presença das equipes na cidade causou alvoroço e, meia hora depois de membros da Opan chegarem a Juína, três fazendeiros se dirigiram ao Imperial Palace Hotel, cujo dono também possui terras na região, para saber quem eram os novos hóspedes. No dia seguinte, por volta de sete da manhã, um bando de pelo menos 30 fazendeiros intimava sete pessoas das organizações, além dos dois jornalistas europeus, a comparecer a uma audiência pública na Câmara Municipal da cidade.

Entre os presentes, estavam o presidente da câmara, vereador Francisco Pedroso, o Chicão (DEM), o prefeito da cidade, Hilton Campos (PR), o presidente da Câmara, o presidente da OAB, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região do Rio Preto (Aprurp), Aderval Bento, vereadores e dezenas de fazendeiros, além da policia.

Dando murros na mesa e em tom de voz autoritário, o prefeito da cidade de Juína, Hilton Campos, afirmou que não permitiria a presença das equipes na terra Enawene. " Vocês não são bem vindos aqui!", vociferou, sendo imediatamente aplaudido por um bando de pelo menos 50 fazendeiros.

Durante seis horas, autoridades públicas e fazendeiros repetiram discursos recheados de frases do tipo " ninguém vai pisar em território Enawene", " vai fazer reportagem na sua terra", se referindo aos franceses, e "pode ser perigoso para vocês insistir em ir ate lá".

As ameaças persistiram em outros momentos, não apenas dentro da câmara municipal. "Chegaram a dizer que deveríamos ser amarrados numa caminhonete e arrastados pela cidade, para servir de exemplo", afirma Edison Rodrigues, indigenista da Opan. Isso foi dito na recepção do hotel após uma agressão física feita contra o fotógrafo do Greenpeace.

Para evitar maiores confusões e para preservar a integridade física da equipe, especialmente dos membros da Opan, extremamente hostilizados e ameaçados, a decisão foi cancelar a viagem.

Não obstante, durante toda a noite os fazendeiros fizeram vigília na frente do hotel para garantir que membros do Greenpeace, da Opan e que os dois jornalistas franceses deixassem Juína. A equipe foi expulsa da cidade cercada por um jeep e 29 caminhonetes de luxo até o aeroporto. Todos buzinavam e acendiam os faróis. “É inaceitável que fazendeiros, com o apoio de autoridades locais, cerceiem a liberdade que todo cidadão tem de ir e vir e revoguem a Lei de Imprensa, cassando o direito de jornalistas exercerem sua profissão com segurança”, afirma Paulo Adario.

Um dia depois da perseguição feita às equipes, o governador Blairo Maggi anunciou, na abertura de um seminário do Conama em Cuiabá, que irá pedir a presença do Exército para enfrentar a grilagem e garantir a ordem no noroeste do Estado, onde está Juína. Anteontem à tarde, duas horas de gravações que registraram todas as ameaças feitas ao grupo foram entregues em mãos ao Procurador Federal da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.

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Por que quem aparece neste planeta para fazer o bem e defendê-lo sempre é perseguido, maltratado, escorraçado, assassinado? Ok, não vamos parar. Se no destino de quem luta está a perseguição e a afronta, também nele reside a força de espírito e a imensa capacidade de amar incondicionalmente e de lutar de forma pacífica e inteligente por um mundo bem melhor. Isso sim é maior. Muito maior.
Save the planet!

17.8.07

e tudo o que ela ensina...


Hoje resolvi filosofar sobre o que a natureza pode nos ensinar.
Você sofre?
Tem pressa?
Está nervoso?
Não consegue ver o lado bom das coisas que acontecem em sua vida?
Acha que sua situação é pior que a de outras pessoas que você conhece?
Sente-se incapaz de realizar algo que queira muito?
Acha que não tem forças?
Quer tudo para ontem?
Então repare nesta árvore bonita que está aí perto. Deve haver alguma, de repente você até admira ela quando está tranqüilo, curtindo um estado de contemplação. Pense e logo se lembrará daquela lá, que sempre chamou sua atenção.
A lição da natureza começa aqui. Esta árvore bonita da qual você se recordou já foi uma sementinha miúda. Jogada ao fundo da terra, ela ficou na escuridão. Porém, foi bem no meio daquele preto todo que encontrou a força que precisava para sobreviver e, persistente, lutou.
Quando reparou, já havia se transformado em uma mudinha. Ela observou o sol e cresceu com seu calor. Tomou chuva e se alimentou dela. Aproveitou as raízes que cresciam e sugou da terra todos os nutrientes de que precisava. E cresceu...cresceu...não de um dia para o outro (quem cresce de um dia para o outro?).
Não importa se grande, média ou pequena, a antiga sementinha (hoje árvore), exerce seu papel na vida – todos os seres têm um. Dá a sombra quando precisamos, renova nosso ar, abriga os passarinhos. Ah, os passarinhos...
Então, saiba o seguinte: a simples observação deste fato da natureza, que é o nascimento e o crescimento de uma árvore, pode nos ajudar a compreender que, muitas vezes, sofremos por coisas pequenas. Que nos enganamos achando que não temos forças pra isso ou aquilo, desatentos sobre o quanto nossa impaciência pode atrapalhar o tempo natural para a concretização de nossos sonhos....
Espelhe-se nessa lição: por mais que você enxergue tudo escuro em certos momentos da vida, tenha certeza de que esta escuridão tem uma finalidade. Lute, enxergue o lado bom de tudo, vá em frente, tenha calma, saiba esperar e trabalhar com confiança, observe a si mesmo, tome consciência de sua força interior, ajude-se e espere...você chegará lá.
Save the planet!

12.8.07

desmatamento na amazônia cai mais de 25%



Essa é para comemorar!

Sexta-feira (10) o Ministério do Meio Ambiente divulgou a notícia que muitos ambientalistas esperavam: o desmatamento na Amazônia caiu 25,3% entre agosto de 2005 e julho de 2006. No período, 14.039 km2 de floresta desapareceram - o equivalente a metade de Alagoas. No ano anterior, foram desmatados 18.790 km2. Ainda assim, a queda está 939 km2 abaixo do que foi prometido pelo governo.
Mas tudo bem, comemoremos! E que o desmatamento - que detona a biodiversidade, a vida de indígenas e ribeirinhos, que - quando feito via queimadas - libera CO2 no ar e que torna o Brasil o quarto maior poluidor deste mundo - caia cada vez mais.
Save the forest!

13.7.07

se todo brasileiro...


Se todo brasileiro conhecesse a Amazônia, seria muito mais fácil cuidar dela!
Save the planet!

21.6.07

ele conseguiu o direito de não dissecar animais

Cãozinho clicado por Gustavo Buriola
Róber Freitas Bachinski tem 20 anos, é estudante de biologia do curso da UFRGS e conquistou na justiça, por meio de uma liminar do Juiz Federal Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, da Vara Ambiental de Porto Alegre, o direito de não dissecar animais - algo inétido no Brasil.

“Há métodos substitutivos, gratuitos inclusive, em sites que emprestam vídeos e programas de realidade virtual, mostrando que os alunos adquirem maior conhecimento nessas práticas porque não sofrem a pressão de ver o animal naquele estado”, afirma Róber. O aluno ganhou a liminar com o apoio das ONG's Movimento Gaúcho de Defesa Animal e Instituto Jus Brasil.
De acordo com a liminar, "é um direito do aluno manter-se fiel às suas crenças e convicções, não praticando condutas que violentem sua consciência nem vendo-se privado de suas possibilidades discentes por conta disso (art. 5º-VI e VIII da CF/88)”. Com relação à postura que a universidade deve adotar, definiu que "o professor e a instituição de ensino não podem impor aos alunos uma única visão didática, sem respeitar outras alternativas disponíveis e viáveis, uma vez que isso afronta os valores constitucionais do pluralismo político (art. 1º-V da CF/88), a liberdade do aluno (art. 5º-VI e VIII da CF/88) e a diretriz constitucional de que o ensino deve respeitar o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas (art. 206-III da CF/88)”.

“As pessoas entram no curso por gostarem de animais, por quererem protegê-los e já no primeiro semestre se vêem obrigadas a matá-los ou a fazer vivissecação, abrindo o bicho mesmo ele estando vivo”, diz.

Enquanto muitas universidades não acreditam que podem ensinar de outras maneiras, a justiça determinou que isso deve ser feito, pois é direito do aluno não querer agir contra a própria consciência. De acordo com o estudante, “muitos alunos sentem-se oprimidos ao questionar os métodos tradicionais de ensino e esquecem-se que cientistas são aqueles que procuram soluções criativas para os problemas da sociedade”.

Save the planet!

4.6.07

vai ser poluído assim lá na China!

- > 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo estão na China

-> US$ 300 bilhões (12% do PIB) é o prejuízo anual causado pela poluição

-> 30% do território chinês sofre com chuvas ácidas

-> 70% dos lagos são poluídos

-> idem em relação a 5 dos 7 maiores sistemas fluviais do país

-> 700 milhões de chineses (metade da população) consomem água que não corresponde aos padrões mínimos da Organização Mundial da Saúde

-> o céu está cada vez mais acinzentado graças à "mái", misto de fumaça, poeira, gases e elementos químicos. Existe até foto de satélite disso no site da Nasa

-> muitas pessoas andam com máscara de oxigênio nas ruas

-> a poluição da água e do ar fez do câncer uma das principais causas de morte no país

-> guias turísticos recomendam que visitantes evitem consumir gelo por causa da poluição da água

-> as Olimpíadas do ano que vem serão em Pequim. Dá pra encarar???
Save the planet!

mera coincidência?


Palavras de Davi Kopenawa, líder yanomami conhecido internacionalmente:

"O branco dá dinheiro para índio, aí ele vai começar a comprar panela, rede, calção e outras coisas, e aí acaba o dinheiro. A nossa terra yanomami, não tem dinheiro que pague. Falam que a gente vai ficar rico com a mineração, que vão dar dinheirinho para os índios, essa é a opinião deles. Minha opinião é diferente. Porque eu sou filho de lá, eu sou filho da Amazônia. Eu nunca vi a mineração trazer coisas boas, eu nunca vi os índios passando bem com a mineração, sem problemas, com muito dinheiro. Nunca vi. É por isso que não quero o governo brasileiro mexendo com nossa terra yanomami demarcada. Se eu não defender nossa floresta, como ficaremos? Sofreremos, passaremos fome, teremos epidemias.

Quando ficarmos doentes, quem nos ajudará? Será que eles vão nos ajudar quando começarmos a passar mal, passar fome? Será que eles vão dar uma tonelada de comida para índio que foi destruído? Eles não vão não. Eu sou um Yanomami que não aceita. Dinheiro é bom para vocês, sem dinheirinho na cidade vocês não passam bem. Vocês ficam preocupados, pensando, trabalhando, correndo daqui para lá, quem paga a luz, a casa. Vocês ficam vendo notícias que saem na televisão, o mundo está sendo destruído, povos morrendo. Será que os donos de mineradoras não estão enxergando isso?

Então se quiserem fazer isso lá no coração da terra yanomami, trabalhar com máquinas grandes, levar mais doenças, gripe, malária, tuberculose, levar bebida, isso não vai dar certo. Nós, Yanomami, que preservamos a natureza há muitos anos, não queremos. Nós queremos que nossa terra seja respeitada porque a natureza está nos sustentando há muitos anos. Nós vamos morrer de fome quando a mineração entrar na terra yanomami. Aí sim, nós vamos morrer".

Qualquer semelhança entre as palavras ditas há mais de 200 anos pelo nativo norte-americano - que você já leu no post aí de baixo - e as proferidas há dias por Davi à Comissão Pró-Yanomami não é, definitivamente, mera coincidência.
Save the planet!

13.5.07

palavras de um nativo americano

"Deixe-me te contar como perdemos a terra. Não era nossa terra, como se nos pertencesse. Era a terra onde caçávamos e onde nossos ancestrais estavam sepultados. Era a terra que o Criador nos havia dado. Era a terra onde aconteciam nossas histórias sagradas. Havia lugares sagrados nela. Nossas cerimônias se realizavam aqui. Conhecíamos os animais, eles nos conheciam também. Presenciamos o passo a passo das estações nesta terra. Estava viva, como nossos avós. Éramos parte dela. A terra era parte de nós. Nós nem sequer sabíamos o que significava ser proprietário da terra. Seria como dizer que você é proprietário de sua avó. Para nós, a terra estava viva. Mover uma pedra significava alterá-la. Matar um animal era tirar algo dela. Tinha que haver respeito. Nós não vimos respeito nessa gente. Cortavam as árvores e deixavam os animais mortos onde os matavam. Faziam ruídos fortes. Pareciam selvagens.

Essas pessoas cavalgavam pela terra e colocavam uma bandeira e logo diziam que tudo, desde onde haviam começado até onde colocavam a bandeira, lhes pertencia. Isso é como se alguém disparasse uma flecha no céu e dissesse que todo o céu até onde chegasse a flecha, lhe pertenceria. Nós pensamos que esta gente estava loca. Eles falavam de propriedade. Nós falávamos da terra.


Seus sacerdotes podiam tornar sagrados qualquer lugar, mas não podiam entender que sagrado para nós era o lugar onde estávamos, porque aí era onde aconteciam coisas sagradas e onde os espíritos nos falavam. Sua gente não sabia nada sobre o sagrado da terra. Vocês estavam matando a todos os animais. O búfalo havia desaparecido. As aves haviam desaparecido. Vocês não nos permitiam caçar.

Nos davam mantas e uísque, que enloquecia nossa gente. Vocês vieram à nossa terra e a tiraram de nós e nem sequer nos escutaram quando tentamos explicar. Fizeram promessas e romperam cada uma delas. Nos mataram sem tirar-nos a vida. Vocês nos tiraram os lugares onde os espíritos nos falavam e nos deram sacos de farinha.

Para nós, a terra estava viva. Ela nos falava. Nós a chamávamos nossa mãe. Se ela estava chateada conosco, não nos dava alimentos. Se nós não dividíamos com os demais, ela nos enviada invernos duros ou pragas de insetos. Tínhamos que fazer coisas boas por ela e viver da maneira que ela considerava apropriada.

Ela era a mãe de tudo o que habitava nela, portanto todos eram nossos irmãos. Os ossos, as árvores, as plantas, o búfalo. Todos eram nossos irmãos e irmãs. Se não lhes tratávamos bem, nossa mãe ficava chateada. Se lhes tratávamos com respeito e honra, ela se sentia orgulhosa.

Para sua gente a terra não estava viva. Era algo assim como um cenário onde podiam construir coisas e fazer coisas. Viam o lodo, as árvores e a água como coisas importantes, mas não como irmãos e irmãs. Essas coisas exitiam só para ajudar os humanos a viver.

Vocês tomaram a terra e a converteram em propriedades. Agora nossa mãe está em silêncio. Mas ainda tentamos ouvir sua voz".

Trecho do livro "Ni Lobo ni Perro. Por Senderos Olvidados con un Anciano Indio", de Kent Nerburn.
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10.5.07

Iemanjá e a sujeira dos homens ao mar...


Iemanjá irrita-se com a sujeira que os homens lançam ao mar...

Logo no princípio do mundo, Iemanjá já teve motivos para desgostar da humanidade. Pois desde cedo os homens e as mulheres jogavam no mar tudo o que a eles não servia. Os seres humanos sujavam suas águas com lixo, com tudo o que não mais prestava, velho ou estragado. Até mesmo cuspiam em Iemanjá, quando não faziam coisa muito pior.
Iemanjá foi queixar-se a Olodumaré. Assim não dava pra continuar. Iemanjá vivia suja, sua casa estava sempre cheia de porcarias. Olodumaré ouviu seus reclames e deu-lhe o dom de devolver à praia tudo o que os humanos jogassem de ruim em suas águas.
Desde então, as ondas surgiram no mar. As ondas trazem para a terra o que não é do mar.
*
Trecho extraído do livro "Mitologia dos Orixás", de Reginaldo Prandi.
Legal, né?
Save the planet!

26.4.07

pelos povos da floresta

Manoel Silva da Cunha: "o país tem que crescer? Sim. Mas não de qualquer jeito"

Sei bem o quanto tenho escrito sobre a Amazônia, mas agora estou morando aqui, queridos leitores, não consigo resistir! Preciso contar para vocês tudo o que tenho visto nestas terras.

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Aconteceu ontem (25), em Manaus, a abertura do I Seminário "A Importância dos Povos da Floresta no Contexto das Mudanças Climáticas Globais", promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Amazonas. O objetivo do evento, que vai até o dia 27, é promover discussões sobre o aquecimento global entre líderes políticos e comunitários da Amazônia. Como os povos da floresta sentem os efeitos do aquecimento global? O que pensam? Que ações podem ser feitas para minimizar o impacto ambiental?

"Hoje só se fala nisso, governos discutem ações e nós, os povos da floresta, não temos muita oportunidade de dizer o que pensamos sobre o aquecimento global e como ele nos afeta. Agora vão ouvir o que temos a dizer, as nossas preocupações", afirma Manoel Silva da Cunha, presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). Além dele e representando a Aliança dos Povos da Floresta, compareceram ao encontro Jecinaldo Satere Mawé, coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Adilson Vieira, secretário geral do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). Os três, juntos, são a voz dos povos da Amazônia: representam extrativistas, seringueiros, comunidades ribeirinhas e índios. Entre as lideranças políticas, descatam-se as presenças do governador Eduardo Braga e do secretário da SDS, Virgílio Viana.

"A natureza está falando: se continuar assim, vocês vão se dar mal. O país tem que crescer? Sim. Mas não de qualquer jeito. A construção da hidrelétrica do rio Madeira vai levar energia para São Paulo. Isso vai causar muito impacto aqui, vamos ficar mais pobres duas vezes porque além de não gerar renda para nosso povo, ainda afeta a natureza. Não somos contra o desenvolvimento da economia, mas os impactos ambientais devem ser os menores possíveis, não podemos pensar só no econômico e esquecer do social e do ambiental", continua Manoel.

O governador, por sua vez, atentou para a necessidade de ouvir os povos da amazônia e falou sobre a criação de um fundo para o bolsa-floresta, em que a preservação pode resultar em até U$ 500 anuais para as famílias amazonenses. Além disso, confirmou a criação de um projeto de carboneutralização para as Copas de 2010 e 2014. "Os melhores jogadores de futebol do mundo também serão os melhores jogadores sócio-ambientalitas do planeta".

A sequência do seminário acontece em um barco que, neste momento, navega pelo Rio Negro. Até o final do encontro, deverão surgir ações para minimização de impactos ambientais - pelo bem da Amazônia e de seus povos.

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Save the planet!

10.4.07

a força índígena de São Gabriel da Cachoeira


Reproduzo, na íntegra, a reportagem que fiz para o site Envolverde sobre uma manifestação que, há alguns dias, tive o prazer de acompanhar em São Gabriel da Cachoeira, aqui no Amazonas.
Só digo uma coisa: a persistência, como diria o poeta, é o caminho do êxito. Boa sorte a todos os moradores desta cidade. Logo mais trago outras notícias de lá.

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São Gabriel da Cachoeira cobra segurança a ministro e órgãos de governo
por Karina Miotto

Representantes da população de São Gabriel da Cachoeira, cerca de 900 quilômetros de Manaus, receberam esta semana na maloca da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) a comitiva de Paulo Vannuchi, Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, para pedir mais segurança na cidade. Além dele e do prefeito Juscelino Altero Gonçalves, estiveram presentes Márcio Pereira, novo presidente da Funai, Ela Wiecko, Procuradora Geral da União, Oscar Argollo, do Conselho Nacional de Justiça e Luiz Varese, do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados.

Os indígenas relataram problemas enfrentados pelos moradores como estupros, aumento do uso de drogas e álcool, homicídios, suicídios entre os adolescentes e falta de áreas de lazer. Cecília Barbosa Albuquerque, representante das mulheres, destacou os casos de violência doméstica. "Aqui falta delegacia feminina. As mulheres apanham de seus filhos e maridos, que muitas vezes estão bêbados e quando são estupradas e têm coragem de ir a uma delegacia, são obrigadas a ouvir ´mas você usa saia, você provocou!'". Os moradores também pedem um procurador federal e um defensor público.

Ao final da reunião, entregaram a Vanucchi um abaixo-assinado e um dossiê com mais de 200 páginas sobre a violência em São Gabriel da Cachoeira. "Recebo tudo isso com muito compromisso, podem estar certos. Continuem nos cobrando", disse. Márcio Pereira, por sua vez, afirmou que " a Funai, em parceria com outras entidades, vai atuar para coibir violações dos direitos indígenas".

Henrique Velozo Vaz, presidente da Foirn, afirmou que essa não foi a primeira vez que os moradores fizeram estas reivindicações. "E não será a última. Vamos continuar lutando".

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E super obrigada a todos os leitores pelos comentários. Estamos juntos nessa luta.


Save the planet!

27.3.07

nos bastidores de uma expedição amazônica

Uma das embarcações do Ipê, utilizada só até a metade
do caminho
Salve!
Acabei de chegar de uma viagem de 7 dias pelo Arquipélago de Anavilhanas, na Amazônia, com o pessoal da ONG Ipê. Muitas organizações não-governamentais fazem altos trabalhos por aqui e neste momento me sinto na obrigação de falar um pouco para você, leitor, dos bastidores desta viagem de campo que fiz por um pedacinho da maior (e mais linda) floresta do mundo.


Sem palavras...
Para começar, chegar aos lugares não é nada fácil: barco para lá e para cá, voadeiras e horas navegando pelo Rio Negro até alcançar o Rio Cuieiras. O objetivo deste pessoal do Ipê é visitar e dar continuidade ao trabalho desenvolvido em algumas comunidades. Um dos focos desta ONG, de acordo com o site, é atuar "com educação, ciência e negócios sustentáveis".

Uma vez no Cuieiras, a hospedagem está garantida em um
hotel flutuante abandonado, hoje lar de uma familia ribeirinha. Aliás...

Povo guerreiro...

Os ribeirinhos que vivem às margens do Rio Cuieiras estão afastados da cidade, muitas vezes comem o que plantam, vivem com muita simplicidade e lutam incessantemente por melhorias em suas comunidades, como instalação de mais escolas, por exemplo. Como diz a canção, "povo marcado, povo feliz!".

Pequenas casas de madeira, chão de terra
e redes penduradas no teto!

Para uma galera guerreira...

Chamo-os de guerreiros porque o trabalho que fazem com as comunidades nasce do amor e do desejo de mudar o mundo para melhor. Jovens, todos que foram comigo têm entre 25 e 30 anos, não se importam em abrir mão das mordomias de uma cidade para correr atrás e botar a mão na massa nem que para isso precisem viajar horas de barco sob o sol causticante ou sob tempestades, dormir em rede todos os dias e tomar banho de rio. Aliás, tudo isso é moleza.

A tempestade chegou forte nesse dia. Tinha tanta água
na voadeira que pela manhã, e ainda sob a chuva,
fomos com canequinhas esvaziar a lancha

Os caras cozinham à luz de velas, vão dormir às 8 da noite para acordar às 5h30 da manhã, tomar café, pegar a voadeira e partir, dia após dia, em busca do pessoal das comunidades.

Leituras e conversas antes de dormir,
também à luz de velas ou de querozene

Protetor solar, bolachas para matar a fome e casaco de chuva em mãos e o trabalho começa. Mariana conversa com as professoras das escolas, atua com educação. Marilene pesquisa conhecimentos de caças com os moradores, Leo ensina a produção de mel e Leandro, o mais novo da trupe, conhece o terreno para trabalhar com peixe-boi.

Se a gripe aparece, se a dor de cabeça chega, nada que um própolis e um remedinho não resolvam. Eles não param, são incansáveis. E deu para perceber, pelo carinho com que são recebidos, que aquele povo - doce, simples e de alma muito forte -, quer mais é continuar recebendo essas visitas. Faça chuva ou faça sol.

Sorrisão da dona Arlete ao lado do filho.
Ela olha para mim e pergunta: "Quando vocês voltam?"

E o que uma viagem dessas traz, em termos de conhecimento pessoal?
A certeza que precisamos de muito menos do que pensamos, para sermos plenamente felizes.

Save the planet!

26.3.07

pitadas ambientais


Tsunami no Caribe
O medo de tsunamis no Caribe levou cientistas a criarem um Sistema de Alerta (SAT) que possui programa de prevenção e de minimização de riscos, caso as ondas gigantes apareçam por lá. Como acreditam que isso é possível, já estão se precavendo. Melhor prevenir do que remediar.

Era uma vez o porto da Cargill
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou na sexta (23) a paralização imediata das operações do porto da Cargill em Santarém, construído há 7 anos sem realizar estudo de impacto ambiental (Eia-Rima). O Ibama fez o embargo no dia seguinte. Se a notícia foi comemorada por ambientalistas e por associações de moradores locais, caiu como uma bomba para os sojeiros.

Enfim, demorou, mas a justiça foi feita e o porto só poderá voltar a funcionar depois da devida conclusão do processo de licenciamento. Essa novela ainda promete.

Viva o Skype
No interior do Mato Grosso, unidades do Ibama estão sem telefone e só conseguem se comunicar graças a um programa de computador conhecido como Skype. As linhas estão cortadas desde janeiro.

Polêmicas do etanol
Economicamente falando, o Brasil poderá se tornar líder no setor de álcool. Em Mato Grosso, por exemplo, tem gente desistindo de plantar alimento para investir em cana-de-açúcar. No entanto, o outro lado da promessa de crescimento econômico bate de frente com nossas florestas. Especialistas já falam em desmatamentos desastrosos.

Save the planet!

12.3.07

solidariedade animal


Filhotinhos de tigre e de orangotango se tornaram amigos em um hospital para animais da Indonésia depois de ficarem órfãos. Eles foram abandonados por suas mães e são normalmente inimigos em seus ambientes naturais.

Acontece que o sofrimento veio e agora um cuida do outro. Não importa que um é orangotango e o outro, um tigre de Sumatra que ainda vai pesar 130 quilos. A vida os colocou em um estado de dor que gerou união. E agora internamente se completam, se sentem iguais. Aliás, eles nem devem saber que são assim, tão diferentes.

O sentimento de compaixão também aparece na gente quando nos vemos em situações de sofrimento ao lado de outras pessoas, mas será que, assim como esses filhotinhos, temos atitudes bacanas quando nos solidarizamos com alguém? Os animais são bons exemplos e nos sujerem ótimas reflexões. E olha que só falei do tigre e do orangotango...

Quem quiser aprender mais sobre si mesmo com a ajuda dos bichos, pode começar lendo! Sugestão de leitura? "Cartas Xamânicas: Descoberta do Poder Através da Energia dos Animais", de Jamie Sams e David Carson.
Save the planet!

27.2.07

saiu na mídia

Foto de Daniel Beltra/Greenpeace


Confira os destaques do dia 27 de fevereiro:

Saiu no Estadão
Cargill perde porto irregular no Pará
"O Ministério Público Federal requisitou ao Ibama a paralisação do porto da Cargill em Santarém (PA), por onde a empresa escoa a produção de soja. O Ibama tem dez dias para fiscalizar e fechar o porto. A disputa judicial entre a Cargill e o Ministério Público começou em 2000 - agora não cabe mais recursos contra a decisão. O porto foi construído sem estudo de impacto ambiental, obrigatório pela legislação brasileira para obras deste porte".

Saiu na Folha
Exploração de área indígena terá licitação
"O Ministério da Justiça concluiu projeto de lei para regulamentar a exploração mineral em terras indígenas. A atividade deverá ser feita mediante licitação, com preferência para cooperativas de índios que se credenciarem na concorrência. O texto prevê também pagamento aos índios donos da terra e a um fundo destinado a todos os povos indígenas. Pelo projeto, que será encaminhado ao Congresso no máximo até abril, o interessado - governo federal, empreendedor ou a etnia dona da terra - deve apresentar o pedido de exploração ao Ministério das Minas e Energia".

Governo quer incentivar venda de orgânicos
"O governo quer desenvolver políticas públicas para que o país lidere as exportações de produtos orgânicos. Para isso, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento passa a divulgar a partir deste mês os dados referentes às exportações brasileiras de produtos orgânicos. O objetivo é estimular os exportadores a registrarem que o produto embarcado é orgânico, para melhorar o controle do governo. De agosto de 2006 a janeiro de 2007, o Brasil exportou US$ 5,5 milhões em orgânicos. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de orgânicos e exporta aproximadamente 60% de sua produção".

Manifestantes fecham ponte em protesto contra transposição
"Cerca 300 pessoas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), participaram ontem à tarde de uma manifestação contra a transposição do rio São Francisco. Os manifestantes interditaram por 35 minutos a ponte Presidente Dutra, que liga as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e invadiram a 3ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento do São Francisco, em Petrolina, desocupada por volta das 17h30. Segundo a PRF, trabalhadores rurais, sindicatos, ONGs, pescadores e índios participaram do ato".

Tem mais!
Envolverde
São Paulo vai barrar entrada de madeira ilegal da Amazônia

Instituto Akatu
Governo tem oportunidade de exercer o consumo consciente

O Eco
Aquecimento local

Diário do Amazonas
São Sebastião aprova projeto que abre caminho para verticalização

Estadão
O faroeste brasileiro

Save the planet!

8.2.07

gente que faz a diferença

Há pouco tempo, entrevistei Edgar Werblowsky, diretor da Freeway, primeira operadora de ecoturismo do Brasil. A matéria na íntegra está no site Hôtelier News.

Ele chamou minha atenção pela maneira com que fala e sente a Mãe Terra. Diz que, durante o trekking, as pessoas entram em alfa de tão absortas que ficam no meio da mata. Os pensamentos deixam de existir na mente e, quando percebem, já estão espontaneamente em estado de meditação.

Frase dele: “Para mim a Amazônia é um corpo vivo. Vejo as árvores como entes divinos. O mesmo para as plantas e os animais. A natureza também chora quando violada, só que suas lágrimas escorrem de forma diferente”. Há 23 anos, Edgar abandonou a profissão de engenheiro civil. Não preciso nem falar por quê.



Outra pessoa que merece menção aqui neste site é Odair Roque, Diretor de Implementação da Accor Hotels na América do Sul. Em uma conversa que tivemos, também para o HN, ele falou com a sinceridade de quem praticamente sofre junto com a Terra. “O homem, em sua ganância, hipocrisia, desobediência e rebeldia, está destruindo o lugar em que vive. Estamos acabando com algo que nos foi delegado por Deus. Precisamos fazer alguma coisa”.

Em 2000, Odair representou 8 países em discussões da Accor Hotels para a implementação da chamada “Cartilha Ambiental”, documento da companhia com ações em favor do meio ambiente. Começou com 15 itens e, graças a outras reuniões, hoje tem 65. Atualmente, cerca de 4 mil hotéis Accor em 140 países devem cumprir um mínimo de pontos que vão desde reciclagem até reuso da água. “É uma gota no oceano”, diz ele. Mas é uma gota que faz a diferença.

Que estes exemplos nos inspirem a mudarmos o mundo para melhor, da maneira que pudermos.
Save the planet!

7.2.07

de cara nova


O Eco-Repórter-Eco está de cara nova.
Este post é para comemorar e para saber se você gostou do novo visual!
Claro que acatarei as dicas de meus leitores.
Beijos saudosos em dia de chuva em Sampa.
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borboletas são mais bonitas voando!


Dizem que elas trazem sorte, nos sentimos felizes quando as vemos nos rodeando, ficamos boquiabertos com a beleza de várias delas, não é verdade? E ainda tem gente que não está nem aí pra isso.

Faço questão de colocar o que acabei de ficar sabendo, em letras garrafais: A GRIFE CARIOCA CANTÃO UTILIZA, SEM AUTORIZAÇÃO, BORBOLETAS MORTAS NOS SALTOS DE SUAS SANDÁLIAS.

Bem, a descoberta do fato aconteceu por acaso e a loja foi autuada. Vai ter que desembolsar 8 mil reais. Tomara que esta multa também não passe em branco, né Ibama?

Leitores, não comprem nada da Cantão! E também desprezem aqueles quadrinhos que têm as bonitinhas presas. Se a compra desses absurdos diminui, a produção também diminui.

O mercado consumidor é uma das causas da extinção de várias espécies. E, como vimos, alimenta a captura ilegal destes animais. Animais estes importantes para a polinização das flores.

Borboleta é mais bonita voando por aí.
Taí, acabo de lançar uma campanha aqui no Eco-Repórter-Eco:


BORBOLETAS SÃO MAIS BONITAS VOANDO!



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