A seca deste ano na floresta amazônica, causada por um El Niño, pode estar associada ao aquecimento global. Que, por sua vez, é agravado pelas queimadas que ocorrem na Amazônia. Mortandade de milhares de peixes, rios a níveis extremamente baixos e barcos atolados completamente no solo já começam a ser registrados. Um cenário triste que nos remete à terrível seca de 2005.
A seguir, um texto do Greenpeace sobre o assunto.
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“A seca deste ano, até agora, está associada a uma variabilidade natural. Com as mudanças climáticas, esses fenômenos podem se tornar mais intensos, como indicam os modelos climáticos, mas ainda é muito cedo para associá-lo diretamente ao aquecimento global, apesar dos dados desta década mostrarem um aumento da freqüência destes eventos extremos”, aponta Antônio Manzi, pesquisador do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA, em inglês).
As modelagens climáticas apontam que o futuro da Amazônia será mais quente e mais seco se não estabilizarmos as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). No entanto, ainda há muita discussão sobre os resultados de diferentes modelos climáticos quando se trata da Amazônia. Outros estimam uma perda gradual, mas ainda assim significativa.
Se nada for feito para combater o aquecimento global, a floresta amazônica sofrerá sérias consequências. Algumas previsões indicam que a Amazônia pode se tornar gradualmente mais quente e mais seca, causando perda de biodiversidade e prejuízos para as comunidades locais e populações indígenas.
Os estudos que apontam para cenários mais secos e quentes aparecem mais intensamente em simulações do clima que usam modelos que relacionam o aquecimento da água no oceano Pacífico e a ocorrência do El Niño. No entanto, ninguém arrisca afirmar que este evento do Rio Manaquiri tem uma ligação direta com as mudanças climáticas, mas isso não significa que ela não exista.
“Não dá pra afirmar, por exemplo, que uma pessoa que fuma, ficou com câncer por conta do cigarro. É difícil comprovar, mas ninguém nega que fumar cigarro aumenta a probabilidade de ter câncer”, compara Philip Fearnside, do Departamento de Ecologia do INPA. “Enchente, seca, mortandade de peixes sempre existiram, mas a freqüência destes fenômenos é que está aumentando. Devemos tirar uma lição disso e não esconder debaixo do tapete. Se não limitarmos a emissão de GEEs a tendência é que estes eventos extremos aumentem”. O desmatamento das florestas tropicais contribui com 20% das emissões globais de gases do efeito estufa. Apesar de ter caído em anos recentes, a destruição da Amazônia responde por 52% das emissões nacionais, colocando a Brasil na posição de 4º maior emissor de gases estufa – o que aumenta a responsabilidade do país para com o futuro do planeta.
Save the planet!
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