
12.12.08
governo federal e suas idéias de girico

3.12.08
meu caro Chico

Na naquela época, a mesma força que atraía a minha curiosidade infantil a respeito da mata, também me levava a reparar com atenção em um homem mais velho, de bigode, chamado Chico Mendes e que todos comentavam ser um defensor da Amazônia e dos povos que nela habitam. De longe, eu lia e observava aquele homem que parecia ser muito honesto, firme, bom e corajoso.
O tempo passou, eu cresci. Tanta coisa aconteceu. Chico se foi e seu legado é bem maior do que todos podemos imaginar. Sua ação inspira muitas pessoas (eu uma delas) a não desistir nunca, a persistir, a acreditar na inteligência e na serenidade para lidar com os problemas e buscar soluções. Essa inspiração me acompanha. CHICO: nome de pessoas simples de almas generosas. Chico Mendes, Chico Xavier, Chico de Assis...
Anteontem conversei com a senadora Marina Silva e não pude deixar de perguntar. Mas...e o Chico? Como ele era? Por um instante ela olhou para o vazio, seu olhar se perdeu. Deu um sorriso daqueles que lembram saudade e me disse o seguinte: "ele ouvia mais do que falava. Enquanto ouvia, refletia e, de repente, aparecia com alguma ótima idéia. Era calmo, sereno e tranquilo". Uma alma que dificilmente se perturbava, apesar de todos os contras que apareciam ao seu redor. "Chico mantinha a calma sempre".
"Ele faz muita falta, mas nos alegra saber que foi graças à sua forma de pensar a reforma agrária na Amazônia que hoje temos tantas unidades de conservação. Ele se foi, mas suas idéias, frases e pensamentos são como chaves que abrem cadeados para a proteção da floresta e de seus povos", afirma Manuel Cunha, do Conselho Nacional dos Seringueiros.
É, Chico soube agir, ser pacífico, plantar boas sementes a despeito de quaisquer ameaças. Resolveu seguir em frente. Foi advertido do perigo e não se intimidou. Entrou para a história do país, para a minha história, à da Marina, de Manuel e à de tantas outras pessoas mundo afora.
Meu caro Chico: obrigada por seu exemplo. No dia 15 de dezembro serão 20 anos sem você - mas com você. Porque, de onde quer que você esteja, sua luz continua a nos inspirar na caminhada pacífica por uma Amazônia protegida e justa a todos os seus povos, à gente de sua terra.

Save the planet!
1.12.08
santa catarina e amazônia


Ou seja, o desmatamento da Amazônia pode, sim, ser um fator causador das chuvas que castigam tantos conterrâneos em Santa Catarina. Algo a se pensar, não?
- Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
- Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0
- Bradesco S/A - Agência 237, Conta Corrente 09484
- Caixa Econômica Federal - Agência 1877, Operação 006, Conta Corrente 80.000-8
- Itaú - Agência 0289, Conta Corrente 69971-2
- Banco/Sicoob SC - Agência 1005, Conta Corrente 2008-7
- Sicredi - Agência 2603, Conta Corrente 3500-9
- Santander - Agência 1227, Conta Corrente 430000052
Importante:A Defesa Civil de SC alerta sobre ação de golpistas pela internet. Ela não envia mensagens eletrônicas com pedidos de auxílio.
Outros pontos de entrega em São Paulo serão montados nos seguintes locais:
- Conselho Nacional de Defesa Civil (Condec): Rua Afonso Pena, 130 - Bom retiro - 24 horas
- Cruz Vermelha Brasileira - Avenida Moreira Guimarães, 699 - 24 horas
25.11.08
a amazônia não pode virar bife

*
Publiquei uma reportagem no site O Eco sobre a relação que existe entre a pecuária na Amazônia e o consumo de carne no Sudeste.
- 80% das áreas desmatadas na floresta são ocupadas por pastos
- fazendas de gado na Amazônia são responsáveis pelos maiores índices de trabalho escravo no Brasil - é, a escravidão ainda não acabou
- nenhum supermercado do Brasil sabe afirmar ao consumidor se a carne vermelha comercializada vem ou não de fazendas de gado na Amazônia
- sem rastreabilidade da carne, ela pode não estar 100% saudável, visto que existem milhares de fazendas clandestinas que desmatam ilegalmente causando perdas irreparáveis em nossa biodiversidade; que escravizam pessoas; que vendem animais para abate em frigoríficos, que por sua vez revendem carne aos supermercados, que vendem o produto pra você e seus amigos, que pagam por algo sem serem informados que, no ato da compra, podem estar financiando a destruição da Amazônia.
Clique aqui para ler a matéria.
14.11.08
o que é meio ambiente?

O que é meio ambiente? Esta pergunta tem milhares de respostas, dependendo de quem for o alvo da inquisição. Muitas instituições, empresas, entidades, ONGs e governos têm definições sobre isto. Mas algumas delas responde o que é o SEU ambiente?
O conceito de MEU AMBIENTE pode, à primeira vista, parecer egoísta, mas é uma das maneiras mais eficientes de se desencadear processos realmente efetivos de transformações importantes em comportamentos relacionados ao meio ambiente.
O MEU AMBIENTE é o espaço no qual me movimento em meu cotidiano, os lugares que freqüento profissionalmente ou por lazer, os trajetos da minha vida, os recantos onde gosto de me esconder para pensar ou simplesmente me entregar ao “dolce fa niente”.
Uma grande parte da classe média global vive privilégios ambientais. Ou seja, o SEU AMBIENTE é constituído de benefícios que não são universais e que não se sustentam em termos de uma “distribuição ambiental eqüitativa”. Um exemplo: Tomar diariamente deliciosos banhos quentes de meia hora. Definitivamente não tem água para todo mundo. Será que não? A água é um dos bens ambientais mais escassos deste século, no entanto será que os problemas estão nos banhos de meia hora, que tanto prazer dão aos indivíduos fechados em SEUS AMBIENTES. Ou será que antes dos banhos se pode fazer algo realmente importante em relação à água e que não têm tanto ou nenhum impacto na qualidade de vida ambiental do indivíduo e ainda pode ajudar a distribuir melhor o recurso água.
Dentro do raciocínio do MEU AMBIENTE, vejamos:
1 – Posso atuar como indivíduo e ajudar a coibir as lavagens de calçadas com displicentes jatos de mangueira? Claro que sim, aquela água fica melhor no chuveiro.
2 – Posso exigir que o condomínio onde moro adote procedimentos de economia de água nas áreas comuns? Claro que sim!
3 – Posso adotar medidas dentro de casa para economizar água na lavagem de roupas, de louça, nas torneiras e vasos sanitários. De novo a resposta é sim!
4 – Posso exigir do poder público leis que individualizem o consumo de água em edifícios, para que as pessoas se preocupem mais com vazamentos? Mais uma vez, sim.
5 – Posso atuar para que minha coletividade utilize mais água de reuso? Sim, de novo!
6 – Posso agir para que as águas de vasos sanitários não se misturem a águas menos contaminadas na captação de esgoto da minha casa, gerando uma boa quantidade de água de reuso para lavar carros, calçadas e outras atividades que não exigem água tratada e potável? SIM!
E muitas outras atitudes podem ser tomadas sem nenhum reflexo direto em perda de conforto. Basta que enxerguemos em cada copo d’água tratada desperdiçada é um copo d’água a menos no nosso delicioso banho quente diário.
Esta visão de MEU AMBIENTE deve se estender a todo o cotidiano. Não é uma questão relacionada apenas à água, ao lixo, à energia ou a qualquer outro item de consumo. É claro que a relação entre ambiente e consumo é estrutural para a compreensão das questões relativas à contaminação e ao sobre-uso de recursos naturais. No entanto, há uma questão comportamental em relação ao ambiente, ao MEU AMBIENTE.
É necessária uma maior reflexão dos impactos de atitudes individuais sobre os AMBIENTES de CADA UM. Ou seja, todo mundo tem o MEU AMBIENTE. Nos incomodamos quando ele é de alguma forma “poluído”, mas não fazemos uma reflexão sobre quando agimos como EU POLUIDOR.
O EU POLUIDOR toca a buzina do carro a qualquer hora do dia ou da noite sem imaginar a distância que este som agudo vai atravessar e quantos “MEUS QUERIDOS AMBIENTES” ele vai poluir. Ou seja, o EU POLUIDOR não avalia os danos ambientais que provoca. Se este eu considerar reduzir drasticamente o uso da buzina, nenhum desconforto será criado para ele e certamente uma cidade mais silenciosa será um ganho ambiental importante.
O EU TRANSGRESSOR. Porque tenho de esperar o sinal verde se não há nenhum carro a vista? Talvez porque existam pedestres atravessando mais a frente, talvez porque as autoridades de trânsito trabalhem com conceitos coletivos de “ondas verdes”, talvez porque a cidade fique mais civilizada e segura se o EU TRANSGRESSOR conseguir respeitar regras mínimas de convivência social.
Existem pessoas agradabilíssimas que não conseguem agir como parte de um coletivo quando entram em seus carros. Não aceitam limites mínimos de convivência civilizada, apesar de, quando vestidos de pedestres, serem cidadãos acima de qualquer suspeita. O mito de que a atitude individual não é transformadora está tornando mais difícil a possibilidade de construção de um mundo melhor.
Esmagamos todos os dias os sonhos de “mudar o mundo”. É possível mudar sim! O mesmo EU TRANSGRESSOR, cidadão de classe média, quando viaja à Europa ou Estados Unidos, não se comporta da mesma maneira predatória de quando está em “SEU AMBIENTE”.
O conceito MEU AMBIENTE precisa ser estendido a todos os espaços públicos ou privados. É preciso que cada um compreenda os impactos de suas atitudes individuais sobre o AMBIENTE DO OUTRO e sobre seu próprio ambiente. Esta compreensão de que atitudes simples podem começar uma transformação importante quando multiplicadas pelo poder do exemplo tem um enorme poder transformador. Em síntese, se cada qual cuidar do “SEU AMBIENTE”, aumenta muito a possibilidade de termos um MEIO AMBIENTE muito mais saudável, agradável, com distribuição eqüitativa dos insumos naturais e ambientais, com mais segurança em coisas prosaicas, como o ir e vir etc.
* o autor é jornalista, editor da Agência Envolverde, editor no Brasil do Projeto Terramérica, coordenador da EcoMídias – Associação Brasileira de Mídias Ambientais e moderador da Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais.
Save the planet!
19.10.08
como destruir a amazônia sem sair de casa?

Claro que é culpa da inoperância dos órgãos públicos, que não conseguem controlar desmatamentos, queimadas, e nem a lenha que garante o seu pãozinho de cada dia nas padarias da região e de boa parte do Brasil. Será que a culpa é só daqueles a quem você emprestou seu voto e sua confiança, daqueles a quem você passou procuração para decidir, em seu nome, o que você consome nos supermercados? Ou será este um problema da Nação a que você e eu pertencemos, ou fingimos pertencer.
Como você se sente diante do circo anual quando os chefes da Nação esbravejam ao ver as taxas de desmatamento fora de controle e soltam decretos a torto e a direito, esperando que sejam cumpridos? Você acha que seus chefes realmente levam a sério este assunto? O que eles pensam quando servem seu George (o Bush) um churrasco para na Granja do Torto?
Até quando você vai acreditar nesta novela? Nesta conversa de que medir desmatamento e queimadas serve para alguma coisa? Só serve para dizer o que você já sabe muito bem: a coisa vai muito mal, cada vez pior. Afinal, medir desmatamento e queimada é medir conseqüência e não causa. É como medir a febre do doente; certificar-se de que ele tem mesmo febre e, ir dormir, ir fazer churrasco, nada fazer, esperando, que, se tudo der certo, um dia, o doente, se sobreviver, irá melhorar.
É assim que age o governo que você elegeu, porque, você, cidadão brasileiro não liga a mínima para as causas que provocam desmatamento e queimada. Ou melhor, não está muito interessado em saber que quem causa a destruição da Amazônia é você mesmo, ao comer o seu bifinho de cada dia, o seu churrasquinho de fim de semana, o seu pãozinho de cada dia.
O que efetivamente causa desmatamento? Na Amazônia a resposta é muito clara: a pecuária bovina extensiva, que responde por mais de 3/4 do estrago, e bem depois, muito depois, vem as outras causas, a soja (que cresce rapidamente), a retirada de madeira (que financia as novas derrubadas e pastagens), e muitas outras que, claro, juntas, são terrivelmente devastadoras. Aliás, esta é a história do Brasil. A história da pata do boi. Assim, seus tataravôs engoliram a Mata Atlântica e a Caatinga, e seus pais e você devoram o Cerrado e a Amazônia.
Só se cria boi porque há consumidor de carne. O pecuarista só existe porque ganha mais dinheiro com o boi. Se outra coisa (legal) fosse mais lucrativa, mudaria de ramo. E o pecuarista só cria boi porque há cada vez mais consumidor querendo comer carne, carne barata.
Quem consome a carne da Amazônia é tanto quem mora na região (menos de 10% da produção), como os brasileiros das outras regiões (mais de 80%). A participação das exportações ainda é pequena, inferior a 10%, mesmo se considerar os 600 mil bois vivos que despachamos, sem pagar impostos, para a desabastecida Venezuela e o violento Líbano em guerra.
Hoje, na Amazônia, é possível produzir carne muito barata porque o alto preço social e ambiental não é considerado. O pecuarista raciocina: por que se preocupar em conservar as matas, as águas, as populações tradicionais e as milenares culturas? Por que seguir a lei trabalhista, pagar impostos, legalizar as terras, se não há fiscalização?
O Brasil decidiu (e você participa desta decisão como eleitor e consumidor) transferir 1/3 de seu rebanho para a Amazônia. Na década de 1.960 eram 1 milhão de bois na região, hoje, menos de meio século depois, são 75 milhões. Mais que em toda a Europa! Há muita gente envolvida, não são apenas aqueles 21 mil médios e grandes pecuaristas (com propriedades acima de 500 hectares). Há também 400 mil pequenos pecuaristas, em sua maior parte economicamente inviáveis. Resultado: em menos de 40 anos, somente com a pecuária, destruímos mais de 70 milhões de hectares do mais complexo e desconhecido conjunto de florestas tropicais do Planeta. É pouco, você dirá, menos de 20% da região, ou, se preferir, meros 8% do território do Brasil.
No entanto, esta superfície é superior à soma das áreas do estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro somados. Destruídos. Para que? Para você comer picanha, picadinho e croquete mais baratos. Será que alguém realmente se beneficiou com isto? Será que os filhos dos pecuaristas realmente terão uma vida melhor porque estão na Amazônia desmatada? Dificilmente. A pecuária não consegue garantir nem a rentabilidade de uma aplicação trivial em um banco, como a poupança ou um CDB. É o pior negócio que existe, só sobrevive porque é ilegal.
De cada três bifinhos que você come, um vem da Amazônia. Você não pergunta para o seu Zé açougueiro nem para o seu Diniz do Pão de Açúcar ou para o presidente do Carrefour, ou para outro dono de supermercado de onde vem a carne. Você também não pergunta de onde vem a soja, o arroz, e tantos outros produtos. Enfim, como consumidor você sabe muito pouco sobre o que você consome, qual o seu impacto no planeta, quantos quilos de carbono, de água, de suor foram gastos para produzir o seu luxo do momento. Seu fornecedor também não se interessa por educá-lo, informá-lo, orientá-lo. Para ele responsabilidade social é comprar meia dúzia de cestinhas e docinhos de comunidades "em alto risco social" e ganhar comenda e prêmio de associações empresariais.
E se você efetivamente perguntasse ao dono do estabelecimento? E se você fosse às últimas conseqüências, abandonasse o produto na prateleira? E se, de agora em diante, você fosse 100% coerente em relação a sua responsabilidade como cidadão, cidadão comedor das Amazônias? Das Matas Atlânticas? Você deixaria de comprar a carne que vem com gosto de Amazônia queimada, devastada e escravizada? A carne que saiu do norte de Mato Grosso, do sul do Pará, do Marajó, do centro de Rondônia, do sul do Acre e do Amazonas? Você deixaria de comer a Amazônia? Você seria capaz de abandonar seu antigo fornecedor de alimentos se ele não levasse a sério a sua pergunta: de onde vem esta carne? Ou melhor, esta carne vem da Amazônia?
Se sua resposta é: tanto faz, então sugiro que desligue a televisão, vá curtir o seu quente verão de aquecimento global e tome tudo isto como conversa para boi dormir. Se, entretanto, achar que vale a pena seguir adiante, então, tome uma atitude. Pilote com mais atenção o seu carrinho de compras. A cada passo que você dá no supermercado, é você quem decide o futuro do planeta (e não o dono do reluzente estabelecimento, ou o diretor de marketing da empresa, ou o gênio da agência de propaganda que ainda insiste em usar crianças ou em desrespeitar as mulheres para vender mais).
Se você quer entregar algo da Amazônia a você mesmo, ou a seus descendentes, deixe este olhar bovino de lado, abandone seu comportamento de consumidor passivo. O mundo todo já percebeu que o Brasil está transformando a Amazônia em um imenso curral. É isto que você quer? Você acha que o mundo vai mesmo ficar de braços cruzados vendo o Brasil fazer churrasquinho da Amazônia? Pois então, vamos agir, enquanto é tempo, antes que sejamos obrigados, envergonhados, a sofrer sanções internacionais hoje inimagináveis. Vamos enviar o boi de volta para o zoológico e para o presépio, de onde jamais deveria ter saído.
* João Meirelles Filho é autor do (excelente) Livro de Ouro da Amazônia (3a edição, Ediouro, Rio de Janeiro 2.004)
Save the planet!
17.10.08
quem banca a destruição da amazônia?

A mesa redonda “Amazônia e Sustentabilidade”, que aconteceu nesta quinta-feira (16), durante o Encontro Latino-Americano de Comunicação e Sustentabilidade, foi marcada por fortes opiniões de seus participantes, frases de efeito e informações que devem levar muita gente a se questionar sobre hábitos pessoais de consumo – o principal financiador da destruição da floresta.
Participaram da mesa João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru e autor do “Livro de Ouro da Amazônia”, da editora Ediouro; Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos e um dos principais articuladores do Fórum Amazônia Sustentável e Nelson Cabral, gerente setorial de segurança, meio ambiente e saúde da Petrobras. O jornalista Adalberto Marcondes, presidente do Instituto Envolverde, foi o moderador.
Se João Meirelles bateu na tecla dos prejuízos causados pela pecuária, Caio Magri explicou a importância do Fórum Amazônia Sustentável e Nelson Cabral falou sobre ações sócio-ambientais da Petrobras, o que os três discursos tiveram em comum foi a abordagem da responsabilidade de cada cidadão, como consumidor, na destruição da maior floresta tropical do planeta.
João Meirelles vem de uma família com dez gerações de pecuaristas. É um profundo conhecedor do assunto e, como ele mesmo diz, hoje está bem é “do outro lado da cerca”. Ele afirmou que 75 milhões de hectares de floresta já sucumbiram sob as patas bovinas. “A culpa não é do boi, é do pecuarista”, faz questão de frisar. Se na Europa a média é de 3,5 cabeças de gado por hectare, na Amazônia é 0,5 – uma proporção completamente descabida.
De acordo com os participantes, a pecuária bovina gera diversos problemas, entre eles trabalho escravo, uso de enormes quantidades de água, queimadas e desmatamento. É o principal vetor de destruição da Amazônia, seguido pela indústria da soja e a extração ilegal de madeira.
Aproximadamente 20% do território da floresta já foi destruído e pesquisas apontam que se o ritmo continuar nesta velocidade, em menos de 30 anos não haverá mais Amazônia e a geração atual terá sido a última a conhecer a floresta como ela ainda é.
Hábitos de consumo
Meirelles e Magri afirmam que o maior mercado consumidor de carne bovina da Amazônia é o próprio Brasil, sendo que grande parte deste montante vai parar no prato de moradores do estado de São Paulo.
Se o consumo cresce, o desmatamento também cresce. É preciso quebrar este ciclo. Por isso, a conscientização e a adoção de hábitos de consumo mais conscientes é fundamental. “O consumidor não pergunta de onde vem a carne, os produtores não sabem responder e ninguém sabe nada. Precisamos nos posicionar e perguntar ao supermercado de onde vêm nossos produtos”.
Caio lembrou que na quarta-feira (15), durante o seminário Conexões Sustentáveis: São Paulo – Amazônia, as três maiores redes de supermercado do país, compostas por Wal-Mart, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, aceitaram ser pressionados pelos consumidores, pois trabalhariam para evitar a compra de produtos de origem ilegal da Amazônia. “A sustentabilidade é a última possibilidade de vida do homem neste planeta. Estamos falando de perpetuação da espécie humana. Ou dormimos o sono eterno ou começamos a pensar em como enfrentar estas questões construindo opções sustentáveis”. Nelson complementa afirmando que ter conhecimento é fundamental. “Precisamos ensinar bem e disseminar, pois o que aprendemos deve ser compartilhado por todos. Precisamos agir”.
É preciso se posicionar e fazer alguma coisa. Não daqui dez anos, como lembra Caio, mas já. “A cada três mordidas no seu bifinho, uma vem da Amazônia. Estamos entregando a floresta nas mãos dos maiores bandidos deste país porque ainda tem gente que come carne que vem de lá. Não adianta dizer ´Ah como eu amo a Amazônia!´, mas continuar comendo churrasco”, afirma João.
Como diz Marina Silva, precisamos aprender com nossos erros. A Mata Atlântica foi destruída pela pecuária e dela hoje restam apenas 7%. Permitiremos que o mesmo aconteça com a Amazônia?
16.10.08
conexões sustentáveis: sp x amazônia

Os candidatos à prefeitura de São Paulo Kassab e Suplicy, não compareceram pessoalmente para assinar um pacto em que se comprometeriam a fiscalizar produtos vindos da Amazônia e a não consumir nada de origem ilegal ou duvidosa. Mandaram seus representantes.
11.10.08
o Eco-Repórter-Eco (só) Notícias nasceu!
Save the planet!
22.9.08
a sabedoria dos povos nativos americanos


Esta reportagem, para mim, significa uma homenagem aos povos nativos deste e de outros tempos. E gostaria de dizer a todos eles, seguindo o exemplo que nos deram sobre a importância da gratidão: muito, mas muito obrigada.

"o consumismo que mata o planeta a cada dia"

"Para que o Planeta Terra e, dentro dele, o Brasil, continuem a ser habitáveis para as próximas gerações, é preciso abandonar valores externos, que servem a outras nações mas ferem a individualidade nacional. O principal deles, segundo especialistas em meio ambiente, é o padrão de consumismo aprendido há décadas com os EUA. Em suaves prestações, a conta dessa dependência cultural começa a ser paga: modos de vida que o País é incapaz de sustentar sem depredar os próprios recursos.
"No Brasil, o consumo está relacionado ao status, faz o sujeito se identificar com a classe média. Isso reflete a baixa auto-estima do brasileiro. É uma noção de bastardia, um complexo de povo colonizado que se arrasta desde os tempos da Metrópole portuguesa", analisa o sociólogo e antropólogo Maurício Waldman, doutor em geografia." Continua...
Save the planet!
1.9.08
christian, the lion - que bacana....!



26.8.08
a verdadeira face de Minc: dendê na amazonia!

Contrariando seu discurso de posse, quando afirmou que o Presidente Lula não permitiria a redução da Reserva Legal na Amazônia, o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou acordo com o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para possibilitar que os produtores rurais possam fazer a recuperação da reserva legal com espécies exóticas. Isso significa na prática a redução da reserva legal de 80% para 50% na Amazônia, pois monoculturas de espécies exóticas não cumprem a função ecológica prevista no Código Florestal.
Fórum Carajás
12.8.08
INACREDITÁVEL, SR. PRESIDENTE


perda da cultura brasileira
8.8.08
vamos ajudar os oceanos?

Hoje recebi um e-mail super legal da Leandra Gonçalves, coordeandora da Campanha de Oceanos do Greenpeace Brasil.
Ela nos convida a participar de uma ação pela preservação de nossos oceanos.
Antes de falar mais sobre o super evento que vai acontecer no próximo sábado (16/08) em São Paulo, preciso abrir um parênteses para dizer que a Leandra passou longos dias no navio Esperanza, do Greenpeace, seguindo caçadores de baleias. Pra fazer isso é preciso ter, no mínimo, muita coragem.
Como será que é arriscar a própria integridade física em nome de um bem para o nosso planeta e para toda a humanidade? Pois é. Obrigada Leandra e toda a equipe do Greenpeace.
Agora vamos ao evento.
Como muitos sabem e como muitos não sabem, infelizmente a saúde de nossos oceanos está cada vez mais fragilizada. Só para citar alguns porquês, além da falta de governança, toneladas de combustível e lixo são despejados dia a dia em nossos mares, isso sem falar na caça indiscriminada de inúmeros animais.
Quem comparecer ao parque neste sábado vai integrar a equipe de seres humanos que são a voz para aqueles que não tem voz. Ou, como me ensinou Agnes Pilgrim, líder espiritual nativa americana, "we need to be the voice for the voiceless".
Seja um representante das águas, fale pelas baleias, represente nossos mares, dê voz aos que, em nossa sociedade, não tem voz! Vá ao parque, vista uma camisa azul, converse com os voluntários da organização, conheça pessoas com os mesmos ideais, junte forças! Ajude na conscientização, pressione as autoridades. É tão fácil, é simples....e o resultado? Bem, ele pode ser bem mais complexo e positivo do que a gente imagina.
O que? Campanha Entre Nessa Onda, do Greenpeace. Pela defesa de nossos oceanos.
Quando? Sabadão, dia 16 de agosto, às 9h da manhã
Onde? Ao lado da concha acústica do Parque Villa-Lobos, em Pinheiros, Sampa
Save the planet!
21.7.08
saiu na mídia

FSP, 14/7
"As rodadas internacionais de negociações sobre aquecimento global, salvo exceções, viraram rotina de fracassos ou quase-fracassos que, longe de causar incômodo, parecem estratégia calculada de protelação de responsabilidades. O último capítulo foi a reunião do G8. A maioria das análises sobre o evento repete o mantra: aquém das expectativas, pífio, vago. Por que problemas tão graves não suscitam urgência verdadeira e resultados palpáveis, como suscitaria uma guerra? Se os senhores do mundo ajustassem as lentes, veriam que também nesse caso há uma guerra e as vítimas são todas as formas de vida no planeta".
1.7.08
30.6.08
AO AMIGO RIO
O rio que me ajudou a identificar meu primeiro local de poder, embora eu já tivesse encontrado outros lugares e nem desconfiado de nosso potencial poderoso.
Agora suas águas não estão mais tão geladas como estavam no inverno, quando cheguei aqui. A neve derretia e corria montanha abaixo, dando água para o meu amigo, que estava todo cheio...
Agora a neve não está mais lá, ele deu uma emagrecida e está mais quentinho, agora posso nadar em você e me esbaldar em suas águas, relaxando todo o meu corpo e permitindo que você fale comigo desta outra maneira.
Agora não vou apenas te observar, falar e ouvir você, sentindo-te no meu coração. Vou deixar todo o meu corpo físico tocar o seu corpo físico também. Quero que a energia de suas águas lavem meus cabelos, minha pele e minha alma!
Ah, rio, meu grande amigo...
Como ficarei com saudade de você, do seu canto! Das pedras negras e antigas, cheias de segredos (mas dispostas a dividi-los) que estão à sua frente - ou à minha frente, antes de eu tocar em você.Sentirei falta das montanhas de orvalho que sempre vejo do outro lado de sua margem e ao redor de você, até onde consigo enxergar.
Mas sabe o que? Não esqueci daquela lição que você me ensinou, acho que foi em um dos nossos primeiros encontros, não foi? Você me fez viajar no tempo e me ensinou que posso estar com você em qualquer lugar.
Amor, lindo rio. Continue fluindo, me ensinando como viver minha vida. Continue inspirando bons caminhos a novos viajantes, alimentando peixes e passarinhos. Me alimentarei de você e darei meu alimento de volta: pitadas de amor misturadas a palavras do meu coração, com gotas de bênçãos da Mãe Terra e uma dose de inspiração, para que eu possa falar e escrever ao mundo o quanto aprendi com tudo. Com você.
Save the planet!
4.6.08
chega de hipocrisia, meu brasil!

Depois da saída da Marina Silva, que pediu demissão, a pressão de outros países sobre o governo brasileiro começa a aparecer. Como noticiou a revista Isto É na semana do dia 28 de maio, a comunidade internacional já se manifestou, afirmando que o Brasil não toma conta da Amazônia e que a floresta, apesar de ocupar 61% do território nacional, é patrimônio da humanidade. As mídias que publicaram reportagens sobre isso estão entre as mais influentes do mundo: The New York Times, dos Estados Unidos e The Independent, da Inglaterra.
Que a floresta é necessária à humanidade, não há dúvida. Ela é o maior ar condicionado do planeta. A umidade que libera no ar ajuda a controlar a temperatura global - e, em tempos de aquecimento, ela é mais do que essencial. É vital. Além disso, a Amazônia sequestra quantidades enormes de carbono da atmosfera e regula o ciclo de chuvas do Sul e Sudeste até a América Latina. Lá, vivem 20 milhões de brasileiros. Nela pode estar a cura de muitas doenças e suas espécies de plantas e animais fazem do Brasil o país com a maior biodiversidade do mundo.

E no meio desta discussão toda, uma coisa sou obrigada a dizer: a impunidade no Brasil é tão grande e a piada sem graça de acabar tudo em pizza está tão enraizada em nossa cultura, que parece que o único jeito de seu governo, Lula, de fato agir, é realmente recebendo um chacoalhão dos estrangeiros que acham que saberiam cuidar da Amazônia mais do que você e do que qualquer brasileiro. Sou a favor do corte de subsídios, de exportações, do boicote ao Brasil. Pressão internacional desta forma é bem vinda e pode ser a única chave capaz de fazer o governo agir pela Amazônia de fato.
E que fique bem claro: a floresta existe em nove países e a maior parte da Amazônia é dos brasileiros, sim. E nós, como brasileiros, não podemos permitir que ninguém chegue em nossa casa para tomar conta do que é nosso. Do que é nossa responsabilidade zelar.
Vejo muitas pessoas repetindo cegamente que a floresta é do Brasil, mas que sequer tem noção do tamanho dela. Nunca visitaram e sequer pretendem visitar aquilo que dizem pertencer ao próprio país em que nasceram.
Para defender a Amazônia é preciso conhecê-la. Não tem condição financeira de voar até ela? Leia. Informe-se. PARTICIPE, como cidadão, de acões pela proteção desta floresta. Só assim teremos moral para afirmar que ela é nossa.
Que o governo brasileiro não tem competência para cuidar da maior floresta deste planeta, todos já sabemos. Estamos em plena Semana do Meio Ambiente e, de acordo com o sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento aumentou, revelando 1.123 quilômetros quadrados de floresta amazônica destruídos no mês de abril.
Bastou a Marina Silva sair para o desmatamento aumentar e para a mídia internacional, com razão, afirmar que se você, Lula, não cuida da floresta, tem quem diga que pode cuidar. Agora vamos por partes e sejamos espertos, pois para sair por aí afirmando que "A Amazônia é nossa" você tem que saber do que está falando.
A Amazônia está em território brasileiro, é sim vital para a humanidade e você tem obrigação de zelar por esta floresta em nome de todos os habitantes deste planeta. Se "a Amazônia é nossa", faça valer suas palavras e tome atitudes concretas contra a impunidade, não assine projetos de lei que favoreçam a grilagem e o desmatamento, coloque o exército para tomar conta da Amazônia, que neste momento morre nas mãos de fazendeiros e políticos como Blairo Maggi, o governador sojeiro de Mato Grosso. Se na sua opinião afirmar que a floresta é nossa fortifica a soberania nacional, saiba de fato provar que entende de soberania nacional mostrando que seu governo cuida do que pertence ao Brasil.

16.5.08
agora o lula tá danado - e nossas florestas também

7.5.08
lado positivo de tudo...


De acordo com decreto assinado pelo presidente Lula, arrozeiros devem ficar do lado de fora da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. E então, na segunda, motivados pelo direito legal que exercem sobre a área interna da reserva, indígenas adentraram a fazenda do arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero. Contrariando a lei a favor da violência - algo muito normal na Amazônia -, funcionários de Quartiero atiraram para tudo que é lado e geraram um saldo de dez índios feridos.