Paulo Adario e Atainaene - escoltados por PMs
A pergunta que me faço quando o que você vai ler agora acontece é: que raio de país é esse??? Por que quem aparece neste planeta para fazer o bem e defendê-lo sempre é perseguido, maltratado, escorraçado, assassinado?
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Ativistas do Greenpeace, Opan e jornalistas são expulsos de Juína, no Mato Grosso, sob ameaças de fazendeiros
No início da semana, um grupo de pelo menos 100 fazendeiros se uniram em Juína, no norte do Mato Grosso, para expulsar da cidade ativistas do Greenpeace, membros da Opan (Operação Amazônia Nativa) e dois jornalistas franceses que queriam documentar áreas recém-desmatadas e mostrar a relação do povo indígena Enawene Nawe com a agricultura, a pesca, a floresta e seu papel em preservar a biodiversidade. Entre os ambientalistas estava o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adario. A Opan foi convidada para acompanhar a equipe até o local.
O conflito existe porque os indígenas reivindicam uma área pertencente aos fazendeiros e que ficou de fora da demarcação. A região, conhecida como gleba Rio Preto, é fundamental para a realização de rituais sagrados de pesca e para a própria sobrevivência dos Enawene, uma vez que eles não se alimentam de nenhum tipo de carne vermelha, apenas de peixes e de algumas espécies de aves.
A presença das equipes na cidade causou alvoroço e, meia hora depois de membros da Opan chegarem a Juína, três fazendeiros se dirigiram ao Imperial Palace Hotel, cujo dono também possui terras na região, para saber quem eram os novos hóspedes. No dia seguinte, por volta de sete da manhã, um bando de pelo menos 30 fazendeiros intimava sete pessoas das organizações, além dos dois jornalistas europeus, a comparecer a uma audiência pública na Câmara Municipal da cidade.
Entre os presentes, estavam o presidente da câmara, vereador Francisco Pedroso, o Chicão (DEM), o prefeito da cidade, Hilton Campos (PR), o presidente da Câmara, o presidente da OAB, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região do Rio Preto (Aprurp), Aderval Bento, vereadores e dezenas de fazendeiros, além da policia.
Dando murros na mesa e em tom de voz autoritário, o prefeito da cidade de Juína, Hilton Campos, afirmou que não permitiria a presença das equipes na terra Enawene. " Vocês não são bem vindos aqui!", vociferou, sendo imediatamente aplaudido por um bando de pelo menos 50 fazendeiros.
Durante seis horas, autoridades públicas e fazendeiros repetiram discursos recheados de frases do tipo " ninguém vai pisar em território Enawene", " vai fazer reportagem na sua terra", se referindo aos franceses, e "pode ser perigoso para vocês insistir em ir ate lá".
As ameaças persistiram em outros momentos, não apenas dentro da câmara municipal. "Chegaram a dizer que deveríamos ser amarrados numa caminhonete e arrastados pela cidade, para servir de exemplo", afirma Edison Rodrigues, indigenista da Opan. Isso foi dito na recepção do hotel após uma agressão física feita contra o fotógrafo do Greenpeace.
Para evitar maiores confusões e para preservar a integridade física da equipe, especialmente dos membros da Opan, extremamente hostilizados e ameaçados, a decisão foi cancelar a viagem.
Não obstante, durante toda a noite os fazendeiros fizeram vigília na frente do hotel para garantir que membros do Greenpeace, da Opan e que os dois jornalistas franceses deixassem Juína. A equipe foi expulsa da cidade cercada por um jeep e 29 caminhonetes de luxo até o aeroporto. Todos buzinavam e acendiam os faróis. “É inaceitável que fazendeiros, com o apoio de autoridades locais, cerceiem a liberdade que todo cidadão tem de ir e vir e revoguem a Lei de Imprensa, cassando o direito de jornalistas exercerem sua profissão com segurança”, afirma Paulo Adario.
Um dia depois da perseguição feita às equipes, o governador Blairo Maggi anunciou, na abertura de um seminário do Conama em Cuiabá, que irá pedir a presença do Exército para enfrentar a grilagem e garantir a ordem no noroeste do Estado, onde está Juína. Anteontem à tarde, duas horas de gravações que registraram todas as ameaças feitas ao grupo foram entregues em mãos ao Procurador Federal da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.
No início da semana, um grupo de pelo menos 100 fazendeiros se uniram em Juína, no norte do Mato Grosso, para expulsar da cidade ativistas do Greenpeace, membros da Opan (Operação Amazônia Nativa) e dois jornalistas franceses que queriam documentar áreas recém-desmatadas e mostrar a relação do povo indígena Enawene Nawe com a agricultura, a pesca, a floresta e seu papel em preservar a biodiversidade. Entre os ambientalistas estava o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adario. A Opan foi convidada para acompanhar a equipe até o local.
O conflito existe porque os indígenas reivindicam uma área pertencente aos fazendeiros e que ficou de fora da demarcação. A região, conhecida como gleba Rio Preto, é fundamental para a realização de rituais sagrados de pesca e para a própria sobrevivência dos Enawene, uma vez que eles não se alimentam de nenhum tipo de carne vermelha, apenas de peixes e de algumas espécies de aves.
A presença das equipes na cidade causou alvoroço e, meia hora depois de membros da Opan chegarem a Juína, três fazendeiros se dirigiram ao Imperial Palace Hotel, cujo dono também possui terras na região, para saber quem eram os novos hóspedes. No dia seguinte, por volta de sete da manhã, um bando de pelo menos 30 fazendeiros intimava sete pessoas das organizações, além dos dois jornalistas europeus, a comparecer a uma audiência pública na Câmara Municipal da cidade.
Entre os presentes, estavam o presidente da câmara, vereador Francisco Pedroso, o Chicão (DEM), o prefeito da cidade, Hilton Campos (PR), o presidente da Câmara, o presidente da OAB, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região do Rio Preto (Aprurp), Aderval Bento, vereadores e dezenas de fazendeiros, além da policia.
Dando murros na mesa e em tom de voz autoritário, o prefeito da cidade de Juína, Hilton Campos, afirmou que não permitiria a presença das equipes na terra Enawene. " Vocês não são bem vindos aqui!", vociferou, sendo imediatamente aplaudido por um bando de pelo menos 50 fazendeiros.
Durante seis horas, autoridades públicas e fazendeiros repetiram discursos recheados de frases do tipo " ninguém vai pisar em território Enawene", " vai fazer reportagem na sua terra", se referindo aos franceses, e "pode ser perigoso para vocês insistir em ir ate lá".
As ameaças persistiram em outros momentos, não apenas dentro da câmara municipal. "Chegaram a dizer que deveríamos ser amarrados numa caminhonete e arrastados pela cidade, para servir de exemplo", afirma Edison Rodrigues, indigenista da Opan. Isso foi dito na recepção do hotel após uma agressão física feita contra o fotógrafo do Greenpeace.
Para evitar maiores confusões e para preservar a integridade física da equipe, especialmente dos membros da Opan, extremamente hostilizados e ameaçados, a decisão foi cancelar a viagem.
Não obstante, durante toda a noite os fazendeiros fizeram vigília na frente do hotel para garantir que membros do Greenpeace, da Opan e que os dois jornalistas franceses deixassem Juína. A equipe foi expulsa da cidade cercada por um jeep e 29 caminhonetes de luxo até o aeroporto. Todos buzinavam e acendiam os faróis. “É inaceitável que fazendeiros, com o apoio de autoridades locais, cerceiem a liberdade que todo cidadão tem de ir e vir e revoguem a Lei de Imprensa, cassando o direito de jornalistas exercerem sua profissão com segurança”, afirma Paulo Adario.
Um dia depois da perseguição feita às equipes, o governador Blairo Maggi anunciou, na abertura de um seminário do Conama em Cuiabá, que irá pedir a presença do Exército para enfrentar a grilagem e garantir a ordem no noroeste do Estado, onde está Juína. Anteontem à tarde, duas horas de gravações que registraram todas as ameaças feitas ao grupo foram entregues em mãos ao Procurador Federal da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.
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Por que quem aparece neste planeta para fazer o bem e defendê-lo sempre é perseguido, maltratado, escorraçado, assassinado? Ok, não vamos parar. Se no destino de quem luta está a perseguição e a afronta, também nele reside a força de espírito e a imensa capacidade de amar incondicionalmente e de lutar de forma pacífica e inteligente por um mundo bem melhor. Isso sim é maior. Muito maior.Save the planet!
2 comentários:
Talvez o que eles não saibam é que todas as perseguições e injustiças feitas contra essas pessoas instigam ainda mais a vontade de continuar, de fazer o melhor.
Latifundiarios P-O-D-R-E-S e politicos N-O-J-E-N-T-O-S.
A hora de vocês vai chegar.
O sangue da mãe terra não jorra em vão. Podem ter certeza disso.
Da minha parte terão, no minímo, a divulgação desta denuncia.
Sua ganância lhes trará ainda muito pesar e dor. Não insistam neste erro A-B-S-U-R-D-O. Mudem enquanto ainda é tempo.
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