De um lado vemos proprietários, a maioria do sul do país, que não querem se desfazer de suas fazendas. De outro, um povo que habita a mesma terra há milhares de anos correndo o risco de perder o que tem de mais sagrado: a própria vida, o alimento, os rituais espirituais. A questão, como se vê, é deveras complicada.
Dá para entender a necessidade destes indígenas e o descontentamento dos fazendeiros. Alguns afirmam que, se o governo comprar as terras de volta, tudo bem. Eles vendem e vão para outro lugar. Outros, porém - uma grande parte, diga-se -, não querem negociar e partem para o embate sem considerar uma opção mais pacífica para solucionar o problema. Será que não dá para resolver de outra maneira? Dá...é só querer. O que não pode continuar acontecendo foi o que se viu nos fatídicos primeiros dias da semana passada.
Além disso, não podemos nos esquecer da questão "direito de ir e vir" e "liberdade de expressão". A imprensa, expulsa da cidade junto de ativistas do Greenpeace e indigenistas da Opan, tem o direito e o dever de buscar e transmitir informação. No entanto, foi proibida e, naqueles instantes, o que se viu foi uma volta no tempo, à época da ditadura militar, em que só se publicava o que era permitido. Agressões e ameaças são absolutamente ineficazes para solucionar qualquer problema, seja ele qual for.
Então, em nome da tão sonhada paz, desejo que todos se entendam. Que a imprensa possa fazer o seu trabalho com tranquilidade. Que os fazendeiros aguardem a decisão judicial sem o uso da violência, em nenhuma hipótese, nem contra os indígenas, nem contra a Opan, que trabalha com os Enawene Nawe. Que a justiça resolva esta situação da forma mais justa possível. Que fazendeiros, indígenas e Opan estabeleçam, após o episódio, uma relação mais positiva. Que estes conflitos levem ao diálogo pacífico. Que a paz reine em Juína. Estou desejando demais?
Save the planet!
3 comentários:
Olá Karina - sou aqui do Paraná - Jataizinho p ser mais preciso. Sou es tudante de jornalismo - se é um tema pelo qual me interesso - justamente por eu morar próximo de um rio que ainda não sofreu todos os impactos ambientais possíveis - Que ainda existe gente que pensa nele - e que ainda comtempla boa parte de de sua fauna e flora. EStou me referindo do Rio Tibagi - do qual abastece mais de 1 milhão de pessoas por onde passa, mas que ainda sofre constantes ameaças de ser alagado pelo nosso estado (governo estatual). essa é outra história. Mas só cite este rio - pq acredito que assim como vc, gosto de estar próximo a ele - e lutar p que gerações futuras o comtemplem como eu estou o comtemplando.
No episódei do qual vc se referiu - sintetizo que ele se parece como a estória (romance de Érico Verissímo - INcidente em Antares). Pra mim isso só pode ser brincadeira, deses lunáticos que moram por lá.
Tomei a liberdade de expor seu blog no meu blog OK!
Parabéns pelo empenho. Espero seu retono. Obrigado pelo espaço!
Karina, querida. Obrigada por falar isso tudo, por contar essa história. Eu, de minha parte, tabém oro para que esses fazendeiros coloquem a mao na consciencia. Que o governo faca o que é justo. e, cá pra nós, que os Enawene nawe fiquem com aquela terra pois, como o paulo adario falou no documentario, aquela terra é deles. os recem chegados que se arrumem.
minha amiga...torço para que a paz seja possivel!!!
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