11.6.10

"curtinhas" - com notas poucas e boas



1 hectare a R$ 2,99: como lembrou uma amiga minha.."mais barato que banana!

"De acordo com informações divulgadas pela Agência Estado, terras públicas na Amazônia podem custar R$ 2,99 o hectare ao atual ocupante, de acordo com a nova tabela de preços do Programa Terra Legal, divulgada pelo governo. Para se ter uma ideia, um hectare equivale a um campo de futebol. O preço pode ser menor caso a terra ilegalmente ocupada esteja distante do município ou não seja acessível via estrada.


O Programa Terra Legal foi lançado em junho do ano passado com o objetivo de promover a regularização fundiária na Amazônia Legal em áreas que tenham sido ocupadas antes de dezembro de 2004 tanto em territórios federais quanto estaduais, inclusive em assentamentos de reforma agrária.

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Maravilhas do Brasil

Recentemente, a organização New 7 Wonders divulgou os 28 finalistas do concurso que deve eleger as sete novas maravilhas da natureza. A Amazônia e as Cataratas do Iguaçu encontram-se entre os 14 primeiros colocados. Os vencedores serão anunciados no dia 11 de novembro de 2011 – estima-se que o concurso deva superar 1 bilhão de votos. Para votar, é necessário acessar o site da organização ou ligar para os telefones (+44) 87 218 400 07 e (+44) 20 334 709 01.

Em 2007 a organização elegeu, por meio de 100 milhões de votos populares, as sete novas maravilhas do mundo construídas pelo homem – uma delas foi o Cristo Redentor. Todos os eleitos levaram para casa um montante no valor de U$ 5 milhões.

Um novo montante será dado aos vencedores e ele poderá ser utilizado em projetos de conservação. “Se queremos realmente salvar alguma coisa, primeiro precisamos apreciá-la”, Bernard Weber, fundador da New 7 Wonders.

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De protesto em protesto



No final de maio, dentro do badalado Shopping Boulevard, no centro de Belém, um indígena de aparentemente 25 anos de idade caminhava sossegadamente de calça jeans, sem camisa e com seu cocar na cabeça por corredores cheios de lojas. Como destoava dos demais transeuntes, chamava a atenção por onde passava. Do lado de fora do edifício, já na calçada, encontro outro indígena - devia ter uns 50 anos. Estava sentado, descansando. Me aproximo, digo olá e sento-me a seu lado. Neste momento, uma mulher mascando chiclete saca da bolsa preta de couro um celular vermelho e, sem pedir permissão, começa a fotografá-lo. Essa não ficou boa, tira outra. Mostra para a amiga. Nem uma palavra ao homem que estava estampado no seu telefone. Ele olha para elas, indiferente. Tinha cocar na cabeça, rosto, tronco e braços pintados com urucum e jenipapo.

O fotografado era cacique Amioti, da etnia Kayapó, que naquele momento esperava o tempo passar para uma reunião na Funasa na qual reivindicaria mais atenção à saúde dos membros de sua aldeia, localizada no município de Redenção, no Pará. “Onde eu moro falta médico e medicamento”, disse. Olhar sério, fala confiante. Dá para sentir que tem o peito calejado de tanto reivindicar o básico a órgãos públicos e, ainda assim, ter de conviver com um tipo de indiferença que deveria ser nada menos do que intolerável. Segundo ele, mais de seis mil pessoas vivem em sua aldeia e muitas sofrem com diarreia, tosse, gripe e malária.

“Eles estão em situação de abandono total por parte da Funai e da Funasa. Por isso estão aqui correndo atrás, para ver se melhora. A necessidade por lá é muito grande”, afirma Marcondes Cardoso, coordenador da ONG Ameka que, há seis anos, acompanha a situação dos Kayapó.
Amioti levantou da calçada e caminhou descalço o quarteirão que faltava para chegar ao prédio da Funasa. Após a reunião, seguiu de volta para sua terra. De lá partiu para Altamira, onde se reuniu a outros grupos indígenas em mais um protesto contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, que afetará a vida de centenas de pessoas como ele. Aqui e ali, no passo por vezes descalço, Amioti segue caminhando pela melhoria de seu mundo.

ALIÁS...

Ameaça de guerra

Líderes indígenas têm afirmado que estão dispostos a guerrear e até a morrer, se for preciso, para impedir a construção de Belo Monte, alegando que a obra vai impactar o meio ambiente e as populações locais. “Os povos indígenas entendem que Belo Monte vai realmente trazer impactos. Uma guerra pode acontecer sim. Antes morrer do que ver este sofrimento no futuro”, afirmou Luís Xipaya, presidente do Conselho Indígena de Altamira, em entrevista ao jornal O Liberal, do Pará.

Semana passada, durante a 13ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista, líderes indígenas pediram ao presidente Lula um novo encontro para debater a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Márcio Meira, presidente da Funai, teria afirmado que Lula estaria disposto a debater o assunto com lideranças indígenas – no entanto, ressaltou que o governo não desistirá da usina.

Indígenas e ambientalistas tem protestado contra a construção de Belo Monte há pelo menos 20 anos, quando o projeto foi criado. Desde que o governo Lula “ressuscitou” o assunto, manifestações contrárias à hidrelétrica têm acontecido em diversas partes do país – de Belém a Florianópolis.

Save the planet!

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