27.3.07

nos bastidores de uma expedição amazônica

Uma das embarcações do Ipê, utilizada só até a metade
do caminho
Salve!
Acabei de chegar de uma viagem de 7 dias pelo Arquipélago de Anavilhanas, na Amazônia, com o pessoal da ONG Ipê. Muitas organizações não-governamentais fazem altos trabalhos por aqui e neste momento me sinto na obrigação de falar um pouco para você, leitor, dos bastidores desta viagem de campo que fiz por um pedacinho da maior (e mais linda) floresta do mundo.


Sem palavras...
Para começar, chegar aos lugares não é nada fácil: barco para lá e para cá, voadeiras e horas navegando pelo Rio Negro até alcançar o Rio Cuieiras. O objetivo deste pessoal do Ipê é visitar e dar continuidade ao trabalho desenvolvido em algumas comunidades. Um dos focos desta ONG, de acordo com o site, é atuar "com educação, ciência e negócios sustentáveis".

Uma vez no Cuieiras, a hospedagem está garantida em um
hotel flutuante abandonado, hoje lar de uma familia ribeirinha. Aliás...

Povo guerreiro...

Os ribeirinhos que vivem às margens do Rio Cuieiras estão afastados da cidade, muitas vezes comem o que plantam, vivem com muita simplicidade e lutam incessantemente por melhorias em suas comunidades, como instalação de mais escolas, por exemplo. Como diz a canção, "povo marcado, povo feliz!".

Pequenas casas de madeira, chão de terra
e redes penduradas no teto!

Para uma galera guerreira...

Chamo-os de guerreiros porque o trabalho que fazem com as comunidades nasce do amor e do desejo de mudar o mundo para melhor. Jovens, todos que foram comigo têm entre 25 e 30 anos, não se importam em abrir mão das mordomias de uma cidade para correr atrás e botar a mão na massa nem que para isso precisem viajar horas de barco sob o sol causticante ou sob tempestades, dormir em rede todos os dias e tomar banho de rio. Aliás, tudo isso é moleza.

A tempestade chegou forte nesse dia. Tinha tanta água
na voadeira que pela manhã, e ainda sob a chuva,
fomos com canequinhas esvaziar a lancha

Os caras cozinham à luz de velas, vão dormir às 8 da noite para acordar às 5h30 da manhã, tomar café, pegar a voadeira e partir, dia após dia, em busca do pessoal das comunidades.

Leituras e conversas antes de dormir,
também à luz de velas ou de querozene

Protetor solar, bolachas para matar a fome e casaco de chuva em mãos e o trabalho começa. Mariana conversa com as professoras das escolas, atua com educação. Marilene pesquisa conhecimentos de caças com os moradores, Leo ensina a produção de mel e Leandro, o mais novo da trupe, conhece o terreno para trabalhar com peixe-boi.

Se a gripe aparece, se a dor de cabeça chega, nada que um própolis e um remedinho não resolvam. Eles não param, são incansáveis. E deu para perceber, pelo carinho com que são recebidos, que aquele povo - doce, simples e de alma muito forte -, quer mais é continuar recebendo essas visitas. Faça chuva ou faça sol.

Sorrisão da dona Arlete ao lado do filho.
Ela olha para mim e pergunta: "Quando vocês voltam?"

E o que uma viagem dessas traz, em termos de conhecimento pessoal?
A certeza que precisamos de muito menos do que pensamos, para sermos plenamente felizes.

Save the planet!

26.3.07

pitadas ambientais


Tsunami no Caribe
O medo de tsunamis no Caribe levou cientistas a criarem um Sistema de Alerta (SAT) que possui programa de prevenção e de minimização de riscos, caso as ondas gigantes apareçam por lá. Como acreditam que isso é possível, já estão se precavendo. Melhor prevenir do que remediar.

Era uma vez o porto da Cargill
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou na sexta (23) a paralização imediata das operações do porto da Cargill em Santarém, construído há 7 anos sem realizar estudo de impacto ambiental (Eia-Rima). O Ibama fez o embargo no dia seguinte. Se a notícia foi comemorada por ambientalistas e por associações de moradores locais, caiu como uma bomba para os sojeiros.

Enfim, demorou, mas a justiça foi feita e o porto só poderá voltar a funcionar depois da devida conclusão do processo de licenciamento. Essa novela ainda promete.

Viva o Skype
No interior do Mato Grosso, unidades do Ibama estão sem telefone e só conseguem se comunicar graças a um programa de computador conhecido como Skype. As linhas estão cortadas desde janeiro.

Polêmicas do etanol
Economicamente falando, o Brasil poderá se tornar líder no setor de álcool. Em Mato Grosso, por exemplo, tem gente desistindo de plantar alimento para investir em cana-de-açúcar. No entanto, o outro lado da promessa de crescimento econômico bate de frente com nossas florestas. Especialistas já falam em desmatamentos desastrosos.

Save the planet!

12.3.07

solidariedade animal


Filhotinhos de tigre e de orangotango se tornaram amigos em um hospital para animais da Indonésia depois de ficarem órfãos. Eles foram abandonados por suas mães e são normalmente inimigos em seus ambientes naturais.

Acontece que o sofrimento veio e agora um cuida do outro. Não importa que um é orangotango e o outro, um tigre de Sumatra que ainda vai pesar 130 quilos. A vida os colocou em um estado de dor que gerou união. E agora internamente se completam, se sentem iguais. Aliás, eles nem devem saber que são assim, tão diferentes.

O sentimento de compaixão também aparece na gente quando nos vemos em situações de sofrimento ao lado de outras pessoas, mas será que, assim como esses filhotinhos, temos atitudes bacanas quando nos solidarizamos com alguém? Os animais são bons exemplos e nos sujerem ótimas reflexões. E olha que só falei do tigre e do orangotango...

Quem quiser aprender mais sobre si mesmo com a ajuda dos bichos, pode começar lendo! Sugestão de leitura? "Cartas Xamânicas: Descoberta do Poder Através da Energia dos Animais", de Jamie Sams e David Carson.
Save the planet!