23.11.06

obrigada por seu carinho

O macaco-de-cheiro desta foto não me conhecia e pegou na minha mão

Peço desculpas aos meus amigos leitores por não ter aparecido nos 15 dias que se passaram. É que eu estava na minha casa, na verdade voltei pra lá só para ter certeza de que aquele é o meu lugar. A gente ouve tanto falar de lá! Sabemos o quanto tem sofrido com as agressões dos homens, o quanto sua flora inteira e seus animais têm sentido dores, o quanto seus rios têm sido poluídos.
Ouvimos falar aqui, distantes, e parece até que o que acontece lá está em outro mundo, mas não. Este lugar está aqui ao lado, no próprio Brasil, inserido no coração de Gaia e bate forte, pulsa, movimenta energia. A existência desta floresta influencia a minha vida, a sua, a de todos os habitantes da Terra.
E hoje estou aqui não para enumerar o enumerável, não quero falar sobre a quantidade de mutilações que ela sofre a cada segundo. Neste momento estou aqui para relembrar outra coisa: o quanto ela é mãe, o quanto é bela, o quanto acolhe.
Amazônia é isso: milhões de quilômetros quadrados de pura energia. Observá-la do avião a 800 km/h durante 1 hora e meia direto nos dá uma pequena idéia de seu tamanho. Dá pra entender melhor porque ela é tão importante.
É linda, imponente...v
ocê se sente um grão de areia lá no meio, tamanha insignificância humana perto daquilo tudo. Sente-se frágil, pequenino. Intui que ainda tem muito o que aprender.
A floresta amazônica ensina no silêncio dos jacarés, na correnteza da água quente do Rio Negro, na imponência do Solimões. Ensina na destreza de suas onças, na singularidade de todos os animais, na simpatia de seus botos, na simplicidade de seus povos, na inocência de seus macacos. Ensina no sol nascendo, no ocaso. Ensina.
A Amazônia é linda, é nossa. Acolhe, vibra, pulsa.
Este post é uma homenagem à maior floresta tropical do mundo, à mãe sagrada. É um apelo por sua salvação, um pedido de socorro, um sorriso de puro amor e gratidão sem fim.
Amo você, MÃE.
Save the planet!

6.11.06

saiu na mídia - dá-lhe amazônia


Com você, algumas notícias sobre meio ambiente publicadas nos primeiros dias de novembro (e outra de outubro, sobre uma polêmica Medida Provisória. Não resisti).

Amazônia.org.br
Moradores da região do rio Uruará, no município de Prainha, no Pará, atearam fogo numa balsa carregada de madeira na tarde de quinta (2). O motivo? Protesto contra a falta de fiscalização aliada à extração ilegal de madeira.
“A exploração ilegal continua abrindo portas para a grilagem e o desmatamento. Se nada for feito rapidamente, não restará florestas para as comunidades", lamenta Marcelo Marquesini. Elildo Carvalho Junior, técnico do Ibama que acompanhou o trabalho, considera o quadro alarmante: "O que constatamos foi uma farra das madeireiras. Vimos clareira, pátio, estrada, caminhão... tudo fora das áreas dos planos de manejo". Segundo o técnico, o Ibama prepara uma operação para confrontar toda a atividade madeireira na região, que deve ocorrer nos próximos dias”.

Isto é
”Cacique do Brasil Megaron, o poderoso lider dos Kayapó, é recebido em palácios dentro e fora do País na luta para preservar suas terras. Mas a globalização não minou a solidariedade. Foi peça-chave para que as vítimas do acidente como avião da Gol pudessem ser resgatadas”.

Bonito de ver. Bem dizem os índios americanos, "mitakue oyasin", ou seja, "somos todos irmãos". Isso aí, solidariedade verdadeira não mede força, nem raça, nem religião. Viva o Kayapó.

Folha de S. Paulo
“A biodiversidade amazônica que ainda sobrevive dentro da área dos parques Cristalino 1 e 2, no norte do Estado do Mato Grosso, volta a ser ameaçada. A Assembléia Legislativa do Estado está estudando um substitutivo de projeto de lei que, na prática, reduz a área sob proteção ambiental em 14% (25 mil hectares, aproximadamente). A redução beneficiaria fazendeiros locais, numa área sob forte pressão de desmatamento”.

Amazônia.org.br
O Mapeamento das Remanescentes Florestais do CEB, realizado pelos pesquisadores do projeto Biota Pará, parceria entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Conservação Internacional, estudo divulgado recentemente em Belém, afirma que o Centro de Endemismo de Belém, entre o Pará e o Maranhão, é a região mais desmatada da Amazônia e conta com apenas 23% de sua cobertura florestal original.

"Isso é uma lição para as outras áreas da Amazônia, porque todo mundo diz que as terras indígenas e as reservas ou as unidades de conservação freiam o desmatamento”, declarou à agência Reuters o biólogo José Maria da Silva, vice-presidente de Ciência da Conservação Internacional do Brasil”.

Pitadas complementares

Lula assina polêmica MP
No dia 31 de outubro, Lula assinou a Medida Provisória (MP) 327/06, que propõe a redução da zona de amortecimento - área tampão que separa as unidades de conservação das áreas de plantação de organismos geneticamente modificados. Isso significa que o plantio de transgênicos vai ficar de 500 a 800 metros distante das UC´s e não a 10 km, como previa a Lei de Biossegurança, aprovada em 2005. De acordo com a MP, as zonas de amortecimento passam a ser determinadas caso-a-caso, por meio de decreto presidencial.
“Se antes dessa Medida, as zonas de amortecimento eram desrespeitadas, agora a situação só tende a piorar. Gostaríamos de acreditar que o governo vai proteger as unidades de conservação. Mas se o Ministério da Agricultura até hoje não tem dados precisos sobre a quantidade e a localização dos plantios transgênicos no país, como o governo pretende fiscalizar cada uma destas zonas?”, questiona Gabriela Vuolo, da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil.
De acordo com nota oficial da ONG, apesar do apelo popular de mais de 5 mil pessoas que enviaram e-mails de protesto ao presidente, “o governo preferiu ignorar esses pedidos e atender aos interesses das indústrias de biotecnologia e de alguns poucos agricultores”.
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Época de especiais
A revista Época está de parabéns pelo especial que lançou no mês passado, sobre meio ambiente. Foi coerente em sua publicação até na impressão das páginas. De acordo com a revista, "a empresa Iniciativa Verde calculou quanto gás carbônico foram gastos na produção, impressão e distribuição do especial. As 360 toneladas do gás serão compensadas com o plantio de 2 003 árvores de espécies nativas em áreas degradadas de Mata Atlântica no Estado de São Paulo". Belo exemplo para ser seguido sempre, não?
Save the planet!