31.8.06

outros destaques do mês

Folha, 28/08
“A corrupção do servidor público é peça fundamental nos esquemas de quadrilhas que vivem da exploração ilegal de madeira na Amazônia. As ações, realizadas pela Polícia Federal em parceria com o Ibama, prenderam 272 pessoas, 92 das quais funcionários públicos. Segundo a PF, os indicativos de irregularidades chegam, em sua maioria, por meio de servidores recém-contratados, muitos ainda em estágio probatório”.

* O editorial do Estadão do dia 13/08 chamou a onda de corrupção envolvendo a extração ilegal de madeira na Amazônia de "monstruosa metástase". Achei interessante.

* Uma ação do Ibama pode dificultar um pouco a vida dos corruptos na venda ilegal de madeira. Em 1º de setembro chega ao fim a circulação das ATPFs, documento que atesta a legalidade da madeira extraída, muitas vezes vendido e liberado por baixo do pano por aí. Agora a licença será emitida por um sistema em tempo real, no site do órgão. Tomara que ajude mesmo.

* No livro Árvores da Amazônia, que acaba de ser lançado pela editora Empresa das Artes, o fotógrafo Silvestre Silva traz imagens com descrições completas de 55 espécies de árvores espalhadas nos 9 Estados onde está a floresta.


Sabe por que tanta gente sofre ataques de tubarão no Recife?
Sérgio Murilo, coordenador do Instituto Praia Segura, explicou no Estadão: “as causas passam pela construção do Porto de Suape, que mexeu no ecossistema, pela destruição de matas ciliares que provocam assoreamento dos leitos e pelo encaminhamento de areia para o mar, cobrindo os corais que servem de alimento”. Ivadiram a área deles, detonaram seu habitat e eles ainda morrem por isso. Porque andam matando tubarões, sim. Clica lá no link de maio deste ano e dá uma lida no post "estudo científico? balela!".


Incêndios, menos verde e perda de biodiversidade no Brasil
Agosto está sendo o mês dos incêndios em áreas verdes. O Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste do Rio, perdeu 2,2 hectares sob o fogo. Focos também foram registrados na Serra dos órgãos, no entorno da Floresta da Tijuca, no Parque Nacional de Itatiaia e na Serra da Bocaina.
No sul, o Parque Nacional do Iguaçu perdeu mais de 40 hectares de uma área considerada patrimônio natural da humanidade pela Unesco. No trecho destruído haviam onças-pintadas, onças-pardas e o gato-do-mato-maracajá, espécies ameaçadas de extinção.
No interior de Goiás, o Parque de Caldas Novas também sofreu com incêndios e perdeu cerca de 43 mil m², número correspondente a 35% de sua vegetação natural. Perto dali, em Brasília, queimavam sete hectares do Parque Ecológico Burle Marx.
A reserva da Pedra Selada da APA da Mantiqueira também perdeu em incêndios uma área de matas virgens equivalente a 80 campos de futebol. E há duas semanas o Pico do Jaraguá, na zona norte de Sampa, também sofreu com o fogo.

Na Amazônia, a situação continua crítica. Em agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 91.575 focos de calor na floresta – quase 3 mil em unidades de conservação e mais de 5 mil em terras indígenas.

Para quem não sabe, 1 hectare = 10 mil m².

* Acabou no Pará a terceira edição dos Jogos Indígenas. Tribos de diferentes etnias participaram da competição, que incluiu programação de workshops, mostras de filme e vídeos com temas voltados à questão indígena no Brasil, como inclusão digital e direitos humanos. Esses jogos promovem a cultura indígena e a união entre os povos da floresta.

Save the planet!

25.8.06

amazônia em chamas


Queimadas na Amazônia
(foto: divulgação Greenpeace)

As queimadas na Amazônia precisam parar. Elas contribuem para o aquecimento global e são as principais responsáveis pelo 4º lugar do Brasil na lista do países que mais liberam gases de efeito estufa no mundo. (Dá uma olhada no post aí de baixo).
Entre 15 de julho e 24 de agosto foram detectados 5.780 focos de incêndio em Mato Grosso contra 11.112 em 2005. Diminuiu, mas não parou. Colniza, Nova Bandeirantes, Cotriguaçu, Peixoto de Azevedo e Apiacás são os municípios que lideram as queimadas no território mato-grossense.
Abaixo, você confere a lista dos Estados que mais queimam a Amazônia. Os números ao lado, no ranking, correspondem aos focos de incêndio contados do dia 15 de julho até ontem, 24 de agosto.

1. Pará - 6.003
2. Mato Grosso - 5.780
3. Rondônia - 2.453
4. Tocantins - 1.138
5. Amazonas – 867

Save the planet!

23.8.06

quais os efeitos da mudança climática na sua vida?


No Sul, agricultores têm prejuízos causados pela falta de chuva
(foto: divulgação Greenpeace)

Tem muita gente que não sabe responder a essa pergunta, por isso aí vai uma dica de exposição para quem quer aprender mais sobre o assunto. Hoje, em São Paulo, o Greenpeace lançou a campanha “Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas”, que engloba um relatório organizado com base em entrevistas feitas com cerca de 53 estudiosos e instituições, além de uma exposição gratuita com 28 painéis de fotos, instalação sensorial e seção de um documentário feito com base em depoimentos de brasileiros que sofrem os efeitos do aquecimento global na Amazônia, no Nordeste, no Sul e na zona litorânea brasileira.

Na instalação sensorial, as pessoas passam por um túnel para sentir o vento dos tornados e a poluição de escapamentos. Ao final, recebem uma cartilha com dicas de como podem agir, no dia a dia, para minimizar impactos que causam o aumento da temperatura na Terra. “O tempo está contra nós e é por isso que temos que agir urgentemente. Com esta campanha, queremos informar os brasileiros, conscientizar e propor novas atitudes”, afirmou Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace.

“O Brasil precisa assumir sua responsabilidade como grande emissor de gases de efeito estufa. O governo deve combater o desmatamento de maneira implacável, promover as energias limpas e os programas de economia de energia”, completa Carlos Rittl, coordenador da campanha de clima da instituição. Para quem não sabe, o Brasil é o quarto maior emissor de CO2 no mundo graças, principalmente, às queimadas na linda Amazônia.

A exposição passará por 10 capitais brasileiras, começando por Brasília. Em Sampa, vai de 28 de agosto a 2 de setembro, das 12h às 20h, na Casa das Rosas, avenida Paulista, 37.

Com certeza irei.
Save the planet!

11.8.06

é difícil ajudar a combater o tráfico de animais!

Presa, mas sua natureza é...

A gente sempre ouve por aí, aos quatro ventos: "o cidadão deve ajudar a combater o tráfico de animais!". Ahã.

Passeando pela rua dos Pinheiros, em São Paulo, me deparei com a vitrine de um pet shop que ostentava uma arara canindé, dessas de encher os olhos. Ela estava dentro de uma sala de vidro de 2 metros de largura por 2 de altura. Entrei, pedi informações: R$ 2 500.

Até então, o tratamento do vendedor era pra lá de cordial. Mudou de tom quando pedi a documentação que autorizava a venda.

-Quem é você?
-Por que você quer saber? Para me passar a documentação, você tem que saber quem eu sou? Uma cliente, oras - respondi. Não obstante, a grosseria continuou:

- A gente tá legal aqui, não tem nada de errado com essa arara! - e de novo a pergunta, em tom de voz maior ainda: quem é você?

- Sou jornalista.

Peguei a papelada, tirei o bloco da bolsa e comecei a anotar todos os dados da tal documentação do Ibama (desculpe, mas tirando raras exceções de trabalhadores honestos, que certamente existem, no geral Ibama e nada pra mim é quase a mesma coisa).

A essa altura, os clientes saíram da loja para me ver, o vendedor bruta montes mal educado escoltava outro funcionário da loja como se eu fosse alguma terrorista...um auê. Pelo tratamento que recebi, só poderia sair dali bem desconfiada.

Sempre ouvimos ongs e órgãos ambientais dizendo que o cidadão comum é fundamental no combate ao tráfico de animais silvestres. No entanto, as ferramentas que as pessoas têm são tão deficientes que só insiste no assunto quem realmente está com pique de ir até o fim.

Fiz a denúncia pelo site da Renctas (uma das organizações mais conhecidas no quesito "animais silvestres"). A ong me informou dois telefones do Ibama, dizendo que a denúncia deveria ser feita desta forma. Liguei e um deles só dá ocupado, enquanto o outro ninguém atende. Contatei novamente a Renctas e me passaram ooooutro número do Ibama, tão ineficiente quanto. Haja paciência pra ajudar a combater o tráfico de animais!

Um mês depois passei na mesma loja e arara não estava mais lá. Ou tiraram ela da vitrine, ou ela foi vendida e agora deve estar em alguma jaula por aí, enfeitando uma sala de estar.

Quando uma ong especialista no assunto reencaminha você e sua denúncia a órgãos públicos cujos telefones não funcionam, como podemos ajudar? Pergunta que ainda faço e que nem a Renctas, nem o Ibama, conseguiram me responder.


...voar!

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9.8.06

três notícias de hoje 8/9


Pra ficarmos atualizados! Esse é o bobo-escuro - espertinho que só, porque de bobo ele não tem nada. :)

Folha
"Especialistas em pássaros migratórios descobriram que o bobo-escuro, ou puffinus griseus, um parente do albatroz, é a ave que mais voa no mundo. O animal é capaz de viajar 63 mil quilômetros em um ano - o equivalente a uma volta e meia na Terra. A espécie se reproduz sob o verão austral, do Chile à Nova Zelândia, e no meio do ano segue para o norte do Pacífico em busca de calor. A rota já era conhecida, mas só agora foi possível medi-la".

Estadão
"Indígenas representantes de 60 etnias da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro (Foirn) denunciaram ontem que foi interrompido o curso de magistério indígena em São Gabriel da Cachoeira (AM) porque a Secretaria de Educação do Estado não repassou a verba. O curso capacitava 325 professores de mais de 300 aldeias".

Estadão (again)
"As exigências contidas no decreto do governador Cláudio Lembo, que regulamentou a reserva legal no Estado de São Paulo, podem ser alteradas. O decreto estabeleceu que 20% da área de cada fazenda deve ser transformada em reserva, não se permitindo a inclusão de matas ciliares e outras Áreas de Preservação Permanente. O decreto causou protestos de pecuaristas e agricultores. Por determinação do governador, foi criado um grupo para apresentar, até o fim do mês, sugestões visando ao aprimoramento da norma. Conforme o secretário do Meio Ambiente, José Goldemberg, coordenador do grupo, uma das possíveis alterações poderá ser a inclusão parcial das matas ciliares para completar a reserva legal".
Save the planet!