17.4.14

A cura da jiboia



Eu caminhava pela floresta da Tijuca, em um daqueles dias onde a única coisa capaz de acalmar meu coração é mesmo o seio da Terra. E para ele eu fui. Pés no chão, caminhar lento, pensamentos, insights, lágrimas nos olhos. Chego aos pés do Jequitibá de 300 anos e faço uma oração. Deito no chão. As folhas estavam por todo o meu corpo. Na volta, cheia de paz e gratidão, paro em um pequeno riacho. Coloco a bolsa de um lado, a canga do outro e começo a me lavar. De repente, sinto a vibração do medo se aproximar de mim pelas costas. "Que estranho isso". Me viro, pego a canga e, quando faço a circunferência completa, a vejo. Jiboia, minha mestra! Uns dois metros de comprimento, imóvel, com a cabeça atenta e levantada, a dois palmos da minha bolsa. Caminho para longe e fico observando. Ela permaneceu imóvel por um tempo e depois foi embora. Parece que só veio pra me lembrar do poder da transmutação e da cura - e para fechar o meu processo. Neste dia transmutei muita coisa. Mergulhei na lição da abundância depois de enxergar os meus medos. Espiritualmente falando, foi exatamente isso o que aconteceu. Intuitivamente, ficou a lição: quando você estiver em paz em meio à natureza, se de repente sentir medo, fique atento. No meu caso com a irmã Jiboia, tenho certeza que o medo que senti não foi o meu, mas veio dela. Eu nem a tinha visto, como poderia temê-la?
Em paz, irmã. E gratidão por me ajudar a transmutar.

Save the planet!