6.4.11

OEA e Belo Monte, um caso de ignorância nacional





A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu em documento de 1 de abril a suspensão imediata de Belo Monte ao governo brasileiro. O pedido foi feito com provas nas mãos, claras e indubitáveis, de que o Brasil tem desrespeitado direitos das populações indígenas e tradicionais ao querer passar o rolo compressor desta usina de qualquer jeito goela abaixo do mundo. 


Não adiantou um painel de 40 especialistas dizer que esta usina será um fracasso, nem mesmo as advertências do WWF na semana passada em estudo que diz que as mudanças climáticas inviabilizarão esta usina em 2050, nem os protestos dos movimentos sociais, nem a vinda de James Cameron, nem Raoni, nem o Ministério Público Federal com suas dez ações civis públicas baseadas em todos os atropelos, nem os próprios técnicos do Ibama dizendo que ainda não é hora de fazer Belo Monte porque pouco se sabe sobre certos riscos ambientais como área alagada, qualidade da água etc. Nada adiantou. O juiz da primeira vara do TRF1 é bem obediente e manda a usina seguir em frente em decisão favorável ao governo, o presidente do Ibama é mandado embora, o EIA Rima é ridículo com suas 20 mil páginas e assim seguimos assistindo um festival de horrores em relação à construção desta usina. O governo da ditadura Lula-Dilma continua passando por cima de todo mundo, de todas as leis e de toda moral existentes.


A ditadura Lula-Dilma quer esta usina de qualquer jeito porque o dinheiro da campanha que elegeu esta senhora veio de empreiteiras que farão Belo Monte. Porque uma obra como essa rende muita grana para quem faz, alguns setores apenas e por pouco tempo. Porque o governo mobilizou 80% de recursos públicos vindos do BNDES pra fazer isso sair. Tanta falcatrua, tanto tapinhas nas costas quentes de uns e de outros, tanta sujeira. E o pior é que estas manobras são claras, todos vêem. Ou melhor, todos não. Só quem se informa. Só quem sabe dos processos e quem conhece a Amazônia de fato.


A reação do governo à OEA foi de "perplexidade" xenófoba. A reação de brasileiros ignorantes foi de xenofobia. Já se lê e ouve por aí "esses americanos já destruiram tudo, agora vem meter o bedelho no Brasil". Pois saibam os ignorantes que a OEA é composta por Antígua e Barbuda, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guiana, Haiti, Bahamas, Barbados, Jamaica, Honduras, México, Nicarágua, Bolívia, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Belize, El Salvador, Panamá, Paraguai, Cuba, Grenada, Venezuela, República Dominicana, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai, Saint Kitts e Nevis, Chile, Guatemala e Peru. 


O Brasil é signatário de acordos internacionais de respeito aos direitos humanos. Assinou porque quis e porque é seu dever zelar pelos direitos de seus cidadãos. Direitos hoje completamente desrespeitados pela ganância compressora da ditadura Lula-Dilma. Acontece que o governo brasileiro não é invisível e que muitos observam como tem agido. A atitude da OEA é, portanto, completamente justa, legítima e cabível.


A reação dos brasileiros e de alguns meios de comunicação, caso da Globo (vide reportagem de ontem no Jornal da Globo) alimenta um discurso vazio e xenófobo, repercute a ignorância. Sob o véu de “soberania nacional” brasileiros se atropelam repetindo besteiras. Agora pergunto a estes mesmos brasileiros: quais são os estados que compõem a Amazônia no Brasil? Não saberão me responder de cabeça porque desconhecem o que seja a Amazônia. Logo, antes de falar em “soberania nacional” em relação ao que acontece no Xingu, tenham a humildade de primeiro entender do que estão falando.


Save the planet!

Nenhum comentário: